A Administração Ambiental nas Empresas refere-se a uma nova forma de lidar com questões ambientais relativas às demandas atuais. O objetivo geral da pesquisa foi demonstrar a importância da administração ambiental das empresas e quais as principais ferramentas de gestão. Neste interim está incluída a fundamentação teórica concernente à Administração Ambiental (História da Administração Ambiental, Objetivos e Finalidades da Administração Ambiental e Fundamentos Básicos da Administração Ambiental) e Administração Ambiental nas Empresas: Necessidade e Importância (Norma NBR ISO 14.001, Finalidades Básicas, Princípios e Elementos Básicos, Avaliação Ambiental Inicial, Comprometimento e Política Ambiental, Planejamento do Processo, Ciclo de um Sistema de Gestão Ambiental). Na análise principal da pesquisa aborda-se o Sistema de Gestão Ambiental, o Marketing Verde, A Logística Reversa e por fim o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Metodologicamente trata-se de uma pesquisa bibliográfica elaborada a partir de material publicado, constituído de livros, artigos de periódicos, teses e outros, inclusive com material disponibilizado na internet.
Palavras chave: administração, meio ambiente, ferramentas.
Palavras chave: administração, meio ambiente, ferramentas.
FACULDADE
DO VALE DO JURUEMA
CURSO:
PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
TURMA:
NOVO PROGRESSO
ADMINISTRAÇÃO
AMBIENTAL NAS EMPRESAS
PÓS
GRADUANDO: ELDERSON LUCIANO MEZZOMO
JULHO
2013
PÓS
GRADUANDO: ELDERSON LUCIANO MEZZOMO
ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
NAS EMPRESAS
Monografia apresentada à Banca Avaliadora do Departamento de
Pós Graduação Latu Senso em Gestão em Auditoria e Perícia Ambiental da
AJES-Faculdade do Vale do Juruema, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista
em Gestão em Auditoria, Perícia e Licenciamento Ambiental.
Orientador: MS Ilso Fernandes do Carmo.
JULHO 2013
ELDERSON LUCIANO MEZZOMO
ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
NAS EMPRESAS
Trabalho de Conclusão de curso
apresentado à banca avaliadora do curso do Departamento
de Pós Graduação Latu Senso em Gestão em Auditoria e Perícia Ambiental da AJES-Faculdade
do Vale do Juruema, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista
em Gestão em Auditoria, Perícia e Licenciamento Ambiental.
Aprovado em
______________.
____________________________________
MS Ilso Fernandes do
Carmo
Professor Orientador
Departamento de Pós Graduação-AJES
____________________________________
Professor(a)
Avaliador(a)
Departamento de Pós Graduação-AJES
____________________________________
Professor(a)
Avaliador(a)
Departamento de Pós Graduação-AJES
____________________________________
Coordenador do curso de
Pós Graduação Latu Senso em Gestão em Auditoria e Perícia Ambiental da AJES-Faculdade
do Vale do Juruema
Novo Progresso-PA
Julho 2013
DEDICATÓRIA
Esta pesquisa é dedicada
a todos que contribuíram para o avanço deste trabalho e, principalmente,
àqueles que fomentam o debate sobre as questões ambientais.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os
familiares e amigos que contribuíram de uma forma ou de outra, para a
realização desta pesquisa.
“Entre dois males,
escolha sempre o que você ainda não experimentou.”
MEZZOMO, Elderson Luciano. Administração Ambiental nas Empresas. 2013. 48 folhas. Monografia de Conclusão de Curso - AJES -
Faculdade do Vale do Juruema.
RESUMO
A Administração Ambiental nas Empresas refere-se a uma nova forma
de lidar com questões ambientais relativas às demandas atuais. O objetivo geral da
pesquisa foi demonstrar a importância da administração ambiental das empresas e
quais as principais ferramentas de gestão. Neste interim está incluída a
fundamentação teórica concernente à Administração
Ambiental (História da Administração Ambiental, Objetivos e Finalidades da
Administração Ambiental e Fundamentos Básicos da Administração Ambiental) e
Administração Ambiental nas Empresas: Necessidade e Importância (Norma NBR ISO
14.001, Finalidades Básicas, Princípios e Elementos Básicos, Avaliação
Ambiental Inicial, Comprometimento e Política Ambiental, Planejamento do
Processo, Ciclo de um Sistema de Gestão Ambiental). Na análise principal da
pesquisa aborda-se o Sistema de Gestão Ambiental, o Marketing Verde, A Logística
Reversa e por fim o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Metodologicamente
trata-se de uma pesquisa bibliográfica elaborada a partir de material
publicado, constituído de livros, artigos de periódicos, teses e outros,
inclusive com material disponibilizado na internet.
Palavras chave: administração, meio
ambiente, ferramentas.
ABSTRACT
Environmental Management in
Enterprises refers to a new way
to deal with environmental issues
relating to current demands. The objective of the research was to demonstrate the importance of environmental management of companies and
what are the main management tools.
In the interim included is the theoretical basis concerning the Environmental Management (History of Environmental Management, Objectives and
Purposes of Environmental
Management and Basics of Environmental Management) and Environmental Management in Enterprises: Need and Importance (NBR ISO 14001 Basic Purposes, Principles
and Basic Elements, Initial
Environmental Evaluation, Commitment
and Environmental Policy, Process
Planning, Cycle of an Environmental Management System). In the
primary analysis of the study
addresses the Environmental Management
System, Marketing Green, The
Reverse Logistics and finally the
Environment and Sustainable Development.
Methodologically it is a literature developed from published material, consisting of books,
journal articles, theses and others, including material made available
on the internet.
Keywords: management, environment, tools.
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO 11
1.1 Justificativa 11
1.2 Problematização 12
1.3 Hipóteses 12
1.4 Objetivos 12
1.4.1
Objetivo Geral 12
1.4.2
Objetivos Específicos 12
CAPÍTULO II
REVISÃO DA LITERATURA 14
2.1 Administração Ambiental 14
2.1.1
História da Administração Ambiental 15
2.1.2
Objetivos e Finalidades da Administração Ambiental 16
2.1.3
Fundamentos Básicos da Administração Ambiental 16
2.2 Administração Ambiental nas
Empresas: Necessidade e Importância 18
2.2.1
NBR ISO 14.001 18
2.2.2
Finalidades Básicas 18
2.2.3
Princípios e Elementos Básicos 19
2.2.4
Avaliação Ambiental Inicial 19
2.2.5
Comprometimento e Política Ambiental 21
2.2.6
Planejamento do Processo 22
2.2.7
Ciclo de um Sistema de Gestão Ambiental 22
CAPÍTULO III
METODOLOGIA 24
3.1 Tipo e Descrição da
Pesquisa 24
3.2 População e Amostra 25
3.3 Instrumentos de Pesquisa 26
3.4 Procedimentos 26
CAPÍTULO IV
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL 27
CAPÍTULO V
MARKETING VERDE 30
CAPÍTULO
VI
LOGÍSTICA REVERSA 32
6.1 Coleta Seletiva e
Reciclagem 33
6.2 Resíduos Industriais 34
6.3 Classificação dos Resíduos 35
CAPÍTULO VII
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 38
CAPÍTULO VIII
CONCLUSÃO 44
8.1 Principais Resultados 44
8.2 Análise Crítica Quanto ao
Objetivo 45
8.3 Limitações 45
8.4 Direção da Pesquisa 45
BIBLIOGRAFIA 47
CAPÍTULO
I
INTRODUÇÃO
A Administração
Ambiental nas Empresas refere-se a uma nova forma de lidar com questões
ambientais relativas às demandas atuais. Por administração ambiental
empresarial entende-se “as diferentes atividades administrativas e operacionais
realizadas pela empresa para abordar problemas ambientais decorrentes da sua
atuação ou para evitar que eles ocorram no futuro” (BARBIERI, 2004, p. 137).
Por ser um tema altamente proeminente nesta época (administração ambiental
ecologicamente correta), seu estudo torna-se relevante e necessário.
1.1 Justificativa
Em
diversas áreas do mundo empresarial a questão ambiental é assunto de destaque,
pois está envolvido, seja no fornecimento de matérias primas, nos processos de
produção e, inclusive, na comercialização e consumo.
A
escassez cada vez maior dos recursos naturais leva as empresas a aperfeiçoar
sua utilização, evitando desperdícios e a degradação desnecessária e buscando o
reaproveitamento (reciclagem ou logística reversa). Com esse novo prisma, as
empresas modificaram sua visão assimilando o conceito de preservação e
sustentabilidade ambiental, incorporando assim, uma gestão voltada para o meio
ambiente.
Outro
fator relevante é a legislação e normas ambientais, as quais as empresas se
submetem com a finalidade de evitar prejuízos (punições) e aumentarem a
qualidade. As leis ambientais abrangem todo o processo empresarial, desde a
implantação do negócio, matéria primas, industrialização, descarte e
comercialização, não sendo, portanto, irrelevantes e nem podendo ser
desconsideradas.
Além
de adequar-se às normas ambientais para evitarem punições, as empresas visam
atender aos consumidores cada vez mais exigentes quanto à questão
ambiental. Nesse sentido, torna-se muito
lucrativo agradar consumidores ecologicamente corretos, ou seja, produzindo
produtos e serviços que não deteriorem ou não degradem (ou minimizem a
degradação) o meio ambiente, ajustando-se às novas expectativas do mercado ao
que é ecologicamente correto, evitando ou diminuindo impactos ambientais.
1.2
Problematização
A principal questão a ser abordada é
qual a importância e quais ferramentas podem ser utilizadas eficientemente para
a administração ambiental das empresas.
A necessidade de maior eficiência quanto
à gestão ambiental das empresas se dá em decorrência da exigência de
consumidores para evitar a degradação do ambiente ou minimizá-la, produzindo
produtos e serviços ecologicamente corretos, com pouco ou nenhum impacto ao
meio ambiente.
1.3 Hipóteses
Vislumbram-se três hipóteses a serem
comprovadas:
- que a administração ambiental é
importante para as empresas;
- que há normas ambientais a serem
seguidas;
- que o processo de gestão ambiental
pode ser melhorado nas empresas;
1.4 Objetivos
1.4.1 Objetivo Geral
O
objetivo geral da pesquisa é demonstrar a importância da administração
ambiental das empresas e quais as principais ferramentas de gestão.
1.4.2 Objetivos Específicos
Para demonstrar a importância da
administração ambiental das empresas e quais suas principais ferramentas de
gestão requer-se:
- investigar o processo de gestão
ambiental das empresas;
- analisar a norma ambiental série NBR ISO
14.000;
- mostrar as principais ferramentas que
podem ser utilizadas pelas empresas no intuito de se tornarem ambientalmente
corretas e com a qualidade ambiental NBR ISO 14.000.
CAPÍTULO
II
REVISÃO
DA LITERATURA
Fundamentalmente
o referencial teórico está ancorado no conceito acerca da gestão ambiental
(definição, história, objetivo e finalidades) e na norma ambiental série ISO 14.000.
Inclui também as principais ferramentas de gestão como: o SGA (Sistema de
Gestão Ambiental), Logística Reversa e conceitos de sustentabilidade.
2.1 Administração Ambiental
A
abrangência do termo “gestão ambiental” ou “administração ambiental” é grande.
Geralmente utiliza-se para designar ações ambientais em determinados lugares
(por exemplo: gestão ambiental de bacias hidrográficas). Para Barbieri,
Entende-se por gestão ambiental empresarial as
diferentes atividades administrativas e operacionais realizadas pela empresa
para abordar problemas ambientais decorrentes da sua atuação ou para evitar que
eles ocorram no futuro (BARBIERI, 2004, p.137).
Para
outros autores, a administração ambiental é o principal instrumento para a
obtenção de um desenvolvimento industrial sustentável podendo ser aplicadas a
empresas de qualquer tamanho e setor. A
administração ambiental “é a expressão utilizada para se denominar a gestão
empresarial que se orienta para evitar, na medida do possível, problemas para o
meio ambiente” (DIAS, ZAVAGLIA E CASSAR, 2003, p. 238).
Portanto,
a administração ambiental empresarial originalmente está voltada para
organizações, isto é, companhias, corporações, instituições ou empresas,
podendo ser definida como um conjunto de políticas, programas e práticas
administrativas e operacionais que levam em conta a saúde e segurança das
pessoas e a proteção do meio ambiente por meio da eliminação ou minimização de
impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento, implementação,
ampliação, operação, realocação ou desativação de empreendimentos, incluindo-se
todas as etapas do ciclo de vida de um produto.
2.1.1 História da
Administração Ambiental
Com a
industrialização do Brasil (anos 60) surgiu uma série de problemas em
decorrência do êxodo rural e consequente aumento da população urbana, causando
intensificação dos impactos ambientais nessas áreas.
No
Brasil a criação da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) se deu em 30 de outubro
de 1973. Ainda em 1973 fora criada a Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental (CETESB) e o Conselho Estadual de Proteção Ambiental (CEPRAM) na
Bahia. Em seguida foram criados vários órgãos ambientais com objetivo de
controlar o Meio Ambiente, especialmente verificando a atuação da poluição
industrial (DIAS, ZAVAGLIA E CASSAR, 2003, p. 240).
Na
Segunda Conferencia Mundial da Indústria sobre Gestão do Meio Ambiente (em
abril de 1991), várias empresas assinaram a Carta Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável, que trazia a seguinte abordagem:
-A empresa ter como prioridade a gestão ambiental.
Estabelecer políticas, programas e procedimentos para conduzir suas atividades
de forma segura para o meio ambiente.
-Fazer com que essas políticas, programas e
procedimentos, sejam integrados dentro de cada empresa.
-O aperfeiçoamento contínuo das políticas, seus
programas e o desempenho ambiental, levando em consideração dos
desenvolvimentos técnicos, o conhecimento científico, os requisitos dos
consumidores.
-Formar, treinar e motivar o pessoal para
desempenhar suas atividades de maneira responsável em face do ambiente.
- Antes de iniciar nova atividade ou projeto e antes
de desativar uma instalação ou abandoná-la avaliar os danos ambientais
causados.
-Produzir produtos e/ou serviços que não causem
impactos indevidos sobre o meio ambiente, que possam ser reciclados e
reutilizados.
-Desenvolver, projetar e operar instalações, tendo
em conta a eficiência no consumo de energia e dos materiais, a utilização
sustentável dos recursos renováveis, a minimização dos impactos ambientais
adversos e da produção de resíduos e o tratamento ou a disposição final desses
resíduos de forma segura e responsável.
-Realizar e/ou patrocinar pesquisas sobre danos ao
meio ambiente, causados pela exploração da matéria prima, sobre os processos,
emissões e dos resíduos associados às atividade da empresa e sobre os meios de
minimizar tais impactos sobre o mesmo, entre outros (VALLE, 2002, p.152-153).
2.1.2 Objetivos e
Finalidades da Administração Ambiental
A
administração ambiental é uma busca constante pela qualidade ambiental, ou
seja, um processo de aprimoramento constante do sistema de gestão de forma
global e de acordo com a política ambiental estabelecida pela empresa. Nesse
sentido,
Os objetivos estratégicos são extraídos do plano
estratégico com o intuito de preservar o foco estratégico preferido para os
negócios da organização e dizem respeito aos objetivos centrais ou corporativos
(TACHIZAWA, 2002, p. 126).
Portanto,
esses objetivos visam buscar permanentemente a melhoria da qualidade ambiental
dos serviços, produtos e ambiente de trabalho de qualquer empresa pública ou
privada. A norma NBR ISO 14.001 traz os seguintes objetivos da gestão
ambiental:
-Implementar, manter e aprimorar um sistema de
gestão ambiental;
-Assegurar-se de sua conformidade com sua política
ambiental definida;
-Demostrar tal conformidade a terceiros;
-Buscar certificação/registro do seu sistema de
gestão ambiental por uma organização externa;
-Realizar uma auto avaliação e emitir auto
declaração de conformidade com esta Norma.
Através
da administração ambiental, além dos objetivos destacados pela norma NBR ISO
14.001, pode-se complementar, na prática, com outras finalidades:
Planejar, proteger e desenvolver suas atividades levando em consideração
todas as implicações ambientais.
Considerar a bacia hidrográfica como uma unidade de gestão ambiental.
Gerir as tarefas da empresa no que diz respeito a políticas, diretrizes e
programas relacionados ao meio ambiente e externo da companhia.
Considerar a conservação da energia dependente da conservação dos
recursos naturais.
Assegurar a participação dos indivíduos, grupos e organizações afetos
pelo empreendimento, já nas fases de estudo e projetos da atividade que será
exercida e na implementação de programas ambientais.
Manter, em geral, em conjunto com área de segurança do trabalho, a saúde
dos trabalhadores.
Produzir com a colaboração de toda a cúpula dirigente e os trabalhadores,
produtos ou serviços ambientalmente compatíveis.
Colaborar com setores econômicos, a comunidade e com os órgãos ambientais
para que sejam desenvolvidos e adotados processos produtivos que evitem ou
minimizem agressões ao meio ambiente.
Integrar a qualidade ambiental à qualidade total (TACHIZAWA, 2002, p.
128).
2.1.3 Fundamentos
Básicos da Administração Ambiental
A
prática da gestão ambiental para alguns pode ser simplesmente para perpassar
procedimentos obrigatórios da legislação ambiental. Na verdade, os fatores
fundamentais predominantes podem variar de uma empresa para outra. Um dos
fundamentos da administração ambiental é fazer com que a empresa e sua imagem
sejam reconhecidas por todos como uma empresa conscientemente responsável
(ambientalmente) até que isso represente a conscientização de todo o pessoal da
organização através da fixação de políticas ambientais. Portanto a adoção de um
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e a busca de procedimentos ambientalmente
corretos encontram inúmeras razões que os justificam (WEBER, 1999, p. 01).
Uma
das razões é o fato de os recursos naturais (matérias primas) serem finitos e
cada vez mais caros e escassos, sendo grandemente afetados pelos processos de
utilização, exaustão e degradação decorrentes de atividades empresariais
(públicas ou privadas), e por isso mesmo, cada vez mais protegidos legalmente (WEBER,
1999, p. 01).
Exemplo
desse quadro é a água, um recurso natural (não mais grátis) sobre o qual se
paga cada vez mais. Indústrias de alta tecnologia também necessitam de
ambientes com relativa pureza atmosférica e, inclusive, residências em bairros
com menor poluição é bem mais valorizado.
O
crescimento da população global e a concentração em grandes centros urbanos
(principalmente em países menos desenvolvidos) tem proporcionado uma maior
degradação do meio ambiente. A consequência dessa forte pressão sobre o meio
ambiente é o desenvolvimento de uma legislação ambiental cada vez mais
exigente, levando todos a um aumento na preocupação com o mesmo (inclusive
empresas).
A
responsabilidade ambiental exigida das empresas é crescente, tanto em
recompensas às menos poluidoras quanto às punições das mais degradantes.
Financiadoras, bancos e seguradoras dão incentivo a empresas ambientalmente
sadias e cobram taxas financeiras e valores de apólices maiores d empresas
poluidoras. A sociedade em geral está mais exigente quanto às práticas e produtos
que geram danos ambientais, ocupando assim, a administração ambiental, lugar
cada vez mais destacado, tanto em países industrializados quanto em países em
desenvolvimento.
A
demanda por produtos ambientalmente compatíveis, ou seja, produzidos ou cultivados
com o mínimo impacto e/ou degradação ambiental possível vem crescendo
mundialmente. Exemplo disso é a exigência cada vez mais frequente de selos e
certificados ambientais tais como a NBR ISO 14.000 (que trata do Sistema de
Gestão Ambiental e de Auditoria Ambiental) e os chamados “selos verdes”,
conforme rotulagem ambiental. Esta tendência já afeta o mercado mundial
envolvendo tratados internacionais, tarifas alfandegárias e outros quesitos,
cuja tendência é ser ampliado cada vez mais.
2.2 Administração Ambiental nas Empresas:
Necessidade e Importância
Todos
os impactos sobre o meio ambiente e sobre a saúde humana decorrentes dos
processos de produção (obtenção de matéria prima, transporte e transformação),
comercialização (distribuição, venda, uso dos produtos e assistência técnica) e
a destinação final dos produtos (descarte) podem ser considerados como danos e
efeitos ambientais.
Nesse
sentido, a empresa é a única responsável pela adoção de um Sistema de Gestão
Ambiental (SGA) e, consequentemente, por uma política ambiental. Após a adoção,
cumprimento e conformidade de sua política ambiental através do SGA, a empresa
passa a ser avaliada concernente aos próprios mecanismos administrativos, sob
pena de cair em descrédito caso não seja rigorosa na prática dos mesmos quanto
às questões ambientais (DONAIRE, 2003, p. 43).
2.2.1 NBR ISO 14.001
A NBR
ISO 14.001 foi criada em 1993 em vistas a fornecer assistência para as
organizações na implantação e aprimoramento do Sistema de Gestão Ambiental
(SGA). Ela pode ser dividida em dois blocos: um relativo ao processo e o outro
à organização. A família das normas NBR ISO 14.000 trazem todos os requisitos
para a implantação do SGA e pode ser aplicada a qualquer economia: fabril ou
prestadora de serviços. Com a adequação à norma referida, o produto recebe o
selo verde atestando que ele não causa impactos negativos ao meio ambiente.
2.2.2 Finalidades
Básicas
A
família NBR ISO 14.000 traz como finalidades básicas da Administração Ambiental
servir de instrumento de gestão e assegurar a economia e o uso racional de
matérias-primas e insumos da empresa, bem como destacar a sua responsabilidade
ambiental:
-orientar consumidores quanto à compatibilidade
ambiental dos processos produtivos e dos seus produtos ou serviços;
-subsidiar campanhas institucionais da empresa com
destaque para a conservação e a preservação da natureza;
-servir de material informativo a acionistas,
fornecedores e consumidores para demonstrar o desempenho empresarial na área
ambiental;
-orientar novos investimentos privilegiando setores
com oportunidades em áreas correlatas;
-subsidiar procedimentos para a obtenção da
certificação ambiental nos moldes da série de normas ISO 14.000;
-subsidiar a obtenção da rotulagem ambiental de
produtos.
Em
consonância com o conjunto e atividades afins, devem estar também os objetivos
e as finalidades de uma administração ambiental. Portanto, as finalidades
ambientais não podem ser abordadas separadamente aos outros objetivos da
empresa, e sim, estar inclusa na responsabilidade econômica e social.
2.2.3 Princípios e
Elementos Básicos
No
contexto empresarial a administração ambiental é considerada de grande
importância, inclusive, do ponto de vista estratégico. Para que a administração
ambiental possa efetivamente ser implantada é necessário o comprometimento da
alta administração, ou seja, está proporcionalmente ligada ao grau de
sensibilidade às questões ambientais da diretoria.
Independente
do nível de implantação em que se encontra o Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
da empresa (já praticando ou ainda em fase de definição de diretrizes e
políticas para iniciarem o gerenciamento ambiental) e se estão muito ou pouco
vinculado às questões ambientais, as empresas devem levar em conta os
princípios e elementos de um SGA, bem como as principais tarefas e atribuições
que elementarmente são exigidas para que se possa realizar a tarefa com
sucesso.
A
norma NBR ISO 14.004 traz os seguintes elementos e princípios:
Comprometimento e política – é recomendado que uma
organização defina sua política ambiental e assegure o comprometimento com seu
SGA.
Planejamento – é recomendado que uma organização
formule um plano para cumprir sua política ambiental.
Implementação – para uma efetiva implementação, é
recomendado que uma organização desenvolva a capacitação e os mecanismos de
apoio necessários para atender sua política, seus objetivos e metas ambientais.
Medição e avaliação – é recomendado que uma
organização mensure, monitore e avalie seu desempenho ambiental.
Análise crítica e melhoria – é recomendado que uma
organização analise criticamente e aperfeiçoe continuamente seu sistema de
gestão ambiental, com o objetivo de aprimorar seu desempenho ambiental global.
2.2.4 Avaliação
Ambiental Inicial
Inicialmente,
para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental é necessário uma avaliação
(diagnóstico). O diagnóstico da situação ambiental da empresa (avaliação
inicial) poderá ser feito utilizando-se recursos humanos internos (da própria
empresa) ou externos (empresas especializadas e consultoria ambiental).
As
empresas geralmente possuem uma série de problemas e desconformidades
ambientais, particularmente as mais poluentes, tais como: fontes poluidoras,
destino de resíduos e descumprimento da legislação ambiental. Esses problemas
são mal percebidos hodiernamente, exigindo-se, para isso, uma analise inicial
específica. Dentre os principais fatores que levam a essa situação,
destacam-se: falta de conscientização ecológica dos dirigentes, forma
tradicional de produção (sem levar em conta a questão ambiental e novas tecnologias),
redução de despesas em detrimento ao meio ambiente e falta de
monitoramento/fiscalização dos órgãos ambientais.
A
avaliação ambiental inicial fornece um retrato da empresa com seu perfil,
estado e desempenho ambiental. A avaliação contribui na aquisição de
experiência na identificação e análise de problemas ambientais, na
identificação dos pontos fortes e fragilidades, torna mais eficiente o uso de
matérias primas e insumos, além de subsidiar (fornecendo elementos) a fixação
da política ambiental da empresa.
Dependendo
da atividade ou da empresa a ser avaliada, são utilizadas várias técnicas para
a avaliação ambiental inicial, sendo que as mais comuns sugeridas pela NBR ISO
14.000 são:
- aplicação de questionários previamente
desenvolvidos para fins específicos;
- realização de entrevistas dirigidas, com o devido
registro dos resultados obtidos;
- utilização de listas de verificação pertinentes às
características da organização. Estas se mostram muito apropriadas para
analisar atividades, linhas de produção ou unidades fabris semelhantes,
permitindo comparações;
- inspeções e medições diretas em casos específicos,
como por exemplo: emissões atmosféricas, quantidade e qualidade de despejos;
- avaliação de registros de ocorrências ambientais,
como infrações, multas, entre outros;
- benchmarking, ou seja, técnica de estudo das
melhores práticas, sejam elas de setores da própria organização ou de
terceiros, permitindo adotá-las ou aprimorá-las.
Sobre
a identificação dos requisitos legais e regulamentares, a NBR ISO 14.004 traz o
seguinte:
- identificação dos aspectos ambientais de suas
atividades, produtos ou serviços, de modo a determinar aqueles que têm ou
possam ter impactos ambientais significativos e impliquem em responsabilidade
civil.
- avaliação do desempenho em relação a critérios
internos pertinentes, padrões externos, regulamentos, código de prática,
princípios e diretrizes;
- práticas e procedimentos de gestão ambiental
existente;
- identificação de políticas e procedimentos
existentes relativos as atividade de aquisição e contratação;
- informações resultantes da investigação de
incidentes anteriores, envolvendo não conformidades;
- oportunidades de vantagens competitivas;
- os pontos de vista das partes interessadas;
- funções ou atividades de outros sistemas
organizacionais que possam facilitar ou prejudicar o desempenho ambiental.
2.2.5 Comprometimento
e Política Ambiental
A
fixação de princípios de ação, a postura e empresarial e o senso geral de
orientação quanto às questões ambientais formam a política ambiental de uma
empresa. Após a avaliação inicial, deve ser discutida e implementada a política
ambiental na perspectiva de estabelecer os objetivos, ou seja, onde se pretende
chegar (a qual nível).
O
objetivo primordial é a obtenção de uma política ambiental e o comprometimento
de toda a organização. Ela deve ser elaborada de forma objetiva e clara (sem
declarações vagas) e, inclusive, disponibilizar uma declaração de missão
concisa, expondo seus propósitos.
Num
segundo momento (após elaboração da política ambiental da organização)
requer-se a disseminação em todas as áreas administrativas e operativas da
empresa, em todos os níveis hierárquicos: da alta administração até o chão de
fábrica. Em seguida devem ser escolhidas as áreas óbvias que devem ser
focalizadas quanto ao cumprimento da legislação e das normas ambientais.
O
comprometimento com a política e a conformidade ambiental da empresa é de suma
importância para o sucesso da administração ambiental, pois, conforme a própria
norma NBR ISO 14.000, a adoção de um Sistema de Gestão Ambiental é voluntária.
Portanto, nenhuma empresa é obrigada a desenvolver um SGA, sendo que sua
implantação é espontânea (salvo em casos exigidos por lei: licenciamento
ambiental, controle de emissões, tratamento de resíduos, etc.).
Os
pontos essenciais , segundo a NBR ISO 14.001, é que a alta administração deve
definir a política ambiental da organização e assegurar que ela:
- seja apropriada à natureza, escala e impactos
ambientais de suas atividades;
- inclua o comprometimento com a melhoria contínua e
com a prevenção da poluição;
- inclua o comprometimento com o atendimento à
legislação e normas ambientais aplicáveis e demais requisitos subscritos pela
organização;
- forneça a estrutura para o estabelecimento e
revisão dos objetivos e metas ambientais;
- seja documentada, implementada, mantida e
comunicada a todos os empregados;
- esteja disponível para o público.
2.2.6 Planejamento do
Processo
O
planejamento é composto por todas as etapas importantes para a implementação do
Sistema de Gestão Ambiental. Nele devem estar inclusos: o próprio planejamento;
procedimentos de avaliação, controle e melhorias dos aspectos ambientais;
verificação do cumprimento da legislação pertinente, normas; uso racional de
matérias primas e insumos; saúde e segurança dos trabalhadores; minimização dos
danos ambientais, etc.
Expressamente
o entendimento da NBR ISO 14.004 é o de causa e efeito, ou seja, os aspectos
ambientais estão diretamente relacionados aos impactos (danos) ambientais. Ela
traz os seguintes itens que devem ser relacionados à elaboração do
planejamento:
- projetos prioritários;
- modificações de processos;
- gerenciamento de materiais perigosos;
- gerenciamento de resíduos;
- gerenciamento de água (por exemplo: águas
servidas, pluviais e subterrâneas);
- gerenciamento da qualidade do ar;
- gerenciamento da energia;
- transporte.
2.2.7 Ciclo de um
Sistema de Gestão Ambiental
Segue abaixo o Ciclo de Sistema de Gestão Ambiental da NBR
ISO 14.001:
CAPÍTULO
III
METODOLOGIA
Para elaboração desse estudo científico foram utilizados
determinados tipos de pesquisa, instrumentos e análise, de acordo com o público
alvo e objetivos, devidamente definidos. A definição da metodologia utilizada é
importante para caracterizar a pesquisa como científica, pois “se não houver
utilização do método científico, a monografia ou estudo não será considerado
científico” (ACEVEDO; NOHARA, 2004, p. 50).
A pesquisa será documental e
bibliográfica, visando examinar os conceitos relativos ao tema e seus
desdobramentos na literatura concernente à mesma. A fonte de pesquisa serão
livros publicados e, principalmente, documentos e literatura em formato
digital, acessados via internet em sites de instituições conceituadas e sites
governamentais (teses, dissertações, legislação e livros digitalizados). A
pesquisa bibliográfica é uma base imprescindível, pois “constitui uma preciosa
fonte de informações, com dados já organizados e analisados como informações e
ideias prontas” (SANTOS, 2002, p.29).
3.1 Tipo e
Descrição da Pesquisa
A
pesquisa é tipificada segundo três critérios: por meio de seus objetivos,
fontes e procedimentos (RYTHOWEM; OLIVEIRA; FILHO,
2006, p. 33).
Visando atender ao objetivo geral
de demonstrar a importância da administração ambiental nas
empresas e quais as principais ferramentas de gestão, juntamente com seus objetivos secundários: a investigação do processo de gestão ambiental
das empresas, a análise da norma ambiental série NBR ISO 14.000 e mostrar as
principais ferramentas que podem ser utilizadas pelas empresas no intuito de se
tornarem ambientalmente corretas e com a qualidade ambiental NBR ISO 14.000, opta-se
pela pesquisa exploratória (objetivando
proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo
explícito) e descritivo-analítica (RYTHOWEM; OLIVEIRA; FILHO, 2006, p. 34).
Quanto às fontes e
procedimentos, esta pesquisa é bibliográfica. A pesquisa bibliográfica é
elaborada a partir de material publicado, constituído de livros, artigos de
periódicos, teses e outros, inclusive com material disponibilizado na internet.
A pesquisa bibliográfica
é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído, principalmente
de livros e artigos científicos.
Embora em quase todos os
estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas
desenvolvidas exclusivamente, a partir de fontes bibliográficas (GIL, 2007, p.
65).
Neste interim está incluída a
fundamentação teórica concernente à Administração
Ambiental (História da Administração Ambiental, Objetivos e Finalidades da
Administração Ambiental e Fundamentos Básicos da Administração Ambiental) e
Administração Ambiental nas Empresas: Necessidade e Importância (Norma NBR ISO
14.001, Finalidades Básicas, Princípios e Elementos Básicos, Avaliação
Ambiental Inicial, Comprometimento e Política Ambiental, Planejamento do
Processo, Ciclo de um Sistema de Gestão Ambiental). Na análise principal da
pesquisa aborda-se o Sistema de Gestão Ambiental, o Marketing Verde, A Logística
Reversa e por fim o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Pode-se afirmar ainda que
quanto à natureza ela é uma pesquisa aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática
dirigida à solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses específicos
e possui aspectos qualitativos (análise).
3.2
População e Amostra
Conforme Braga,
população
é o conjunto de interesse para o problema que se quer estudar. Os objetos que a
constituem tem pelo menos um atributo em comum; amostra é um subconjunto finito
representativo de uma população (BRAGA, 2010, p. 32).
A população pesquisada corresponde
à literatura como um todo, ou seja, a bibliografia concernente ao assunto. Como
amostra desta pesquisa foi considerada a publicação específica, incluindo a legislação
e as normas.
3.3 Instrumentos
de Pesquisa
Os instrumentos utilizados na pesquisa são compostos
por visitas às bibliotecas e publicações virtuais por meio da internet e
utilização do software Microsoft Word (versão 2010) para formatação da
apresentação escrita.
As visitas às bibliotecas virtuais, bem como artigos
e outras publicações científicas se deram no decorrer da pesquisa (nas datas
referidas na bibliografia) por dois motivos principais: devido à ausência no
município de biblioteca física com acervo literário sobre o tema e pela
facilidade e amplitude de acesso à vasta literatura sobre o assunto online, ou
seja, acesso a livros, artigos, teses, dissertações, monografias, etc.
Outro instrumento muito utilizado na elaboração da
pesquisa foi o software Microsoft Word. O Microsoft Word facilitou a
apresentação gráfica (impresso) de toda a pesquisa, inclusive sua formatação
final conforme normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas).
3.4 Procedimentos
Os procedimentos da pesquisa se deram em dois
momentos: coleta de dados e análise.
A coleta de dados constitui-se a pesquisa
bibliográfica. A pesquisa bibliográfica permeou todo o processo de elaboração
da pesquisa, desde a fundamentação teórica, metodologia, até a análise. Através
desta pesquisa obteve-se êxito em abordar as principais questões referentes à
administração ambiental, legislação e normas.
A análise dos dados visou demonstrar a importância da
administração ambiental nas empresas e quais as principais ferramentas de
gestão, inclusive a conformação à norma
ambiental série NBR ISO 14.000 pelas empresas no intuito de se tornarem
ambientalmente corretas e com a qualidade ambiental.
CAPÍTULO IV
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
Um
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) implantado em uma empresa de acordo com os
requisitos da norma técnica NBR ISO 14.001 constitui-se em um conjunto
inter-relacionado de políticas, objetivos, prática e procedimentos
organizacionais, técnicos e administrativos de uma organização que visa um
melhor desempenho ambiental. A administração ambiental configura-se por uma
série de etapas como: identificar características e impactos ambientais,
priorizá-los, monitorá-los e controlá-los sistemicamente. Inclui também a
avaliação da aplicabilidade e conformidade dos aspectos ambientais verificados
à legislação, sendo este um dos fatores mais relevantes ao sucesso de um SGA.
Para
que o Sistema de Gestão Ambiental em uma empresa seja institucionalizado e
funcional são necessários a observação de alguns princípios e condições, ou
seja, percorrer algumas etapas para sua implementação. As etapas do SGA contém
a elaboração da política ambiental da empresa, planejamento, estabelecimento de
objetivos e metas, definição de regras e responsabilidades e sua comunicação a
todos, a capacitação dos colaboradores, canais de comunicação interna, uma descrição
dos elementos fundamentais do SGA, sistema de procedimentos para atender
situações emergenciais, monitoramento e controle frequentes, a determinação de
conformidade com a legislação e por fim um processo contínuo de adaptação e
melhoria, em vistas a aumentar sua adequação e eficácia.
O
primeiro passo na direção da implantação de um Sistema de Gestão Ambiental é a
formulação da Política Ambiental da Empresa, ou seja, definir qual sua posição
frente à questão ambiental. A Política Ambiental da empresa é, portanto, uma
espécie de compromisso da organização com as questões ambientais no sentido de
uma relação de melhoria constante.
Para
uma eficiência e obtenção de um resultado satisfatório na implantação de um
Sistema de Gestão Ambiental, um dos principais fatores é a elaboração de um bom
planejamento. No planejamento deve constar, inicialmente, a identificação dos
aspectos ambientais (ruídos, resíduos, água, etc.) e a avaliação do impacto de
cada um. Nesse sentido a empresa deve estabelecer e manter procedimentos de
verificação dos aspectos ambientais sob seu controle, no intuito de garantir a
devida consideração dos mesmos na elaboração de sua política ambiental.
O
estabelecimento de metas e objetivos deve se dar em consonância com os
requisitos legais relativos em todos os aspectos verificados, o que
proporcionará maior clareza e facilitará a escolha da estratégia adotada para a
consecução dos mesmos. A principal característica dos objetivos definidos deve
ser sua relevância para a empresa. A definição do responsável para atingir cada
meta (em todos os níveis hierárquicos), quais os meios disponibilizados e o
prazo são requisitos imprescindíveis ao sucesso do Sistema de Gestão Ambiental.
Após
a definição da política ambiental, planejamento e definição de metas e
objetivos, a implementação deve ser precedida da elaboração de regras claras,
definição de responsabilidades e bem documentada (e comunicada a todos). A
gestão ambiental deve incluir o provimento dos meios, isto é, os recursos
humanos, tecnológicos e financeiros para a implementação e controle de todo o
processo administrativo. Todo o processo deve estar bem documentado e
registrado pelo gestor de acordo com a norma vigente, e acessível a todos.
Sabendo-se
o que e como fazer, o próximo passo é a capacitação dos colaborados, ou seja, a
conscientização e treinamento para incorporar e atender as exigências
ambientais. Os principais temas abordados devem ser: a importância da Política
Ambiental e do Sistema de Gestão Ambiental, a relevância do impacto ambiental
de suas atividades, da responsabilidade em implementar o SGA e as consequências
(resultados) em exercer sua prática em conformidade às normas ambientais. O
estabelecimento e a manutenção de procedimentos para comunicação interna entre
os vários níveis hierárquicos e, inclusive, a comunicação externa (receber e
responder), também deve ser efetuada. Os elementos base do Sistema de Gestão
Ambiental devem ser mantidos pela empresa de forma acessível e organizados, com
todos os documentos exigidos pela norma.
Outro
procedimento que deve estar bem estabelecido é o referente a ações que buscam
atender a situações emergenciais, no intuito de minimizar os danos ambientais.
O
planejamento e implementação do Sistema de Gestão Ambiental inclui aas etapas
de planejamento, execução, operação e avaliação dos resultados alcançados. Este
último deve ser desenvolvido para que haja verdadeira verificação e
monitoramento com objetivo de investigar problemas, corrigi-los e aumentar a
eficiência do SGA.
A
aferição das características chaves dos processos que tenham impacto sobre o
meio ambiente deve ser bem definida. Essas aferições, auditorias e demais
atividades da administração ambiental precisam estar devidamente registradas e
acessíveis, inclusive as ações preventivas e corretivas. Também devem ser
estabelecidos e mantidos os procedimentos e planos que objetivem garantir
auditorias periódicas para determinar a conformidade aos padrões normativos do
Sistema de Gestão Ambiental.
O
Sistema de Gestão Ambiental deve ser revisto com determinada frequência pela
própria direção, avaliando sua eficácia e adequação, devidamente documentado.
Esse processo contínuo de revisão deve propiciar a possibilidade de alteração
da Política Ambiental, bem como dos objetivos e procedimentos estabelecidos,
buscando adequar-se às expectativas externas, legislação e novas alterações
organizativas, em forma de melhorias contínuas.
Executadas
todas as etapas (que precisam ser repetidas indefinidamente) da implementação
do Sistema de Gestão Ambiental, a empresa poderá se submeter a uma auditoria
ambiental externa e proceder à respectiva certificação de seu SGA.
CAPÍTULO V
MARKETING VERDE
Surgido
nos anos setenta por ocasião da realização de um Workshop da AMA (American
Marketing Association) o termo Marketing Verde (marketing ecológico ou
ambiental) teve a intenção de discutir a influência do marketing sobre o meio
ambiente. A definição dada pela AMA de Marketing Verde foi conceituada como “o
estudo dos aspectos positivos e negativos das atividades de marketing em
relação à poluição, ao esgotamento de energia e ao esgotamento dos recursos não
renováveis” (TEIXEIRA, 2008, p. 01). Outra definição diz que o Marketing Verde
é um “movimento das empresas para criarem e colocarem no mercado produtos responsáveis
com relação ao meio ambiente” (KOTLER, 2000, p. 480).
O
Marketing Verde é utilizado por algumas empresas para, antes de realizarem uma
ação que está destinada em seu planejamento, verificar os resultados
potenciais, pois o Marketing Verde fará estudos baseado em dados reais que
detectarão ameaças, fraquezas e oportunidades.
As
abordagens seguidas pelas empresas podem ser adotadas, de acordo com a atuação
de cada uma delas frente a questões ambientais, como: controle de poluição,
prevenção da poluição e a incorporação dessas abordagens na estratégia
empresarial (BARBIERI, 2004, p. 56).
A
seguir o quadro do paradigma cartesiano versus paradigma da sustentabilidade:
Cartesiano
|
Sustentável
|
Reducionista, mecanicista, tecnocêntrico
|
Orgânico, holístico, participativo
|
Fatos e valores não relacionados
|
Fatos e valores fortemente relacionados
|
Preceitos éticos desconectados das práticas cotidianas
|
Ética integrada ao cotidiano
|
Separação entre o objetivo e o subjetivo
|
Interação entre o objetivo e o subjetivo
|
Seres humanos e ecossistemas separados, em uma relação de dominação
|
Seres humanos inseparáveis dos ecossistemas, em uma relação de sinergia
|
Conhecimento compartilhamentado e empírico
|
Conhecimento indivisível, empírico e intuitivo
|
Relação linear de causa e efeito
|
Relação não linear de causa e efeito
|
Natureza entendida como descontínua, o todo formado pela soma das
partes
|
Natureza entendida como um conjunto de sistemas inter-relacionados, o
todo maior que a soma das partes
|
Bem estar avaliado por relação de poder (dinheiro, influência,
recursos)
|
Bem estar avaliado pela qualidade das inter-relações entre os sistemas
ambientais e sociais
|
Ênfase na quantidade (renda per capita)
|
Ênfase na qualidade (qualidade de vida)
|
Análise
|
Síntese
|
Centralização de poder
|
Descentralização de poder
|
Especialização
|
Transdisciplinaridade
|
Ênfase na competição
|
Ênfase na cooperação
|
Pouco ou nenhum limite tecnológico
|
Limite tecnológico definido pela sustentabilidade
|
Fonte: ALMEIDA, 2002, p. 35.
CAPÍTULO VI
LOGÍSTICA REVERSA
As
questões ambientais não podem ser tratadas isoladamente e sim, consideradas
como parte integrante do processo econômico e empresarial. O fornecimento de
matérias primas ao setor produtivo oriundas da floresta utilizadas de forma
desordenada, inclusive de áreas preservadas, tem contribuído negativamente para
o meio ambiente. Uma boa gestão da cadeia de abastecimento deve considerar a
valorização do meio ambiente, desde a obtenção da matéria prima, produção,
transporte dos produtos ou na reutilização (reciclagem) dos produtos já
utilizados e no manejo (BERTAGLIA, 2003, p. 47).
A
definição de Logística Reversa ainda é confusa para alguns, sendo considerada
por alguns administradores como um processo de reciclagem de embalagens apenas,
representando uma fonte de custos quando não planejada adequadamente. No
entanto, a Logística Reversa é uma função complexa que deve envolver a criação
de um canal reverso próprio que seja provedor de matéria prima secundária,
advinda do descarte de produtos já utilizados.
A
abordagem que considera a Logística Reversa como uma fonte de custos apenas
baseia-se somente na reciclagem sem o adequado planejamento, o que pode ser o
inverso se utilizada de forma planejada, contribuindo para que os produtos
retornem ao ciclo produtivo, transformando-se em uma fonte de lucro para a
empresa (e em alguns casos o produto reciclado chega a custar menos que a
matéria prima original).
A
Logística Reversa é o planejamento, implementação e controle do fluxo de
matérias primas, estoque em processo e produtos acabados, bem como seu fluxo de
informação, do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de
recaptura valor ou realizar descarte adequado (ROGERS e TIBBEN LEMBKE, 1999, p.
67).
O
processo da Logística Reversa é um conjunto de atividades desenvolvidas pela
empresa que consiste em coletar, separar, embalar e expedir itens usados,
danificados ou obsoletos dos pontos de consumo até os locais de
reprocessamento, revenda ou descarte (LACERDA, 2002, p. 39).
Entre
as vantagens obtidas na implementação da Logística Reversa estão os menores
custos na obtenção de matéria prima, melhora no serviço ao consumidor e uma
maior fidelização na relação de negócios (e tudo isso ao contribuir para evitar
e minimizar danos ao meio ambiente).
Sem
dúvida o reaproveitamento da matéria prima através da Logística Reversa não é
um fenômeno novo (pode ser citado, por exemplo, o caso da reciclagem de vidro
praticada há muito tempo), no entanto, tem-se percebido que o escopo e a escala
das atividades de reciclagem e reaproveitamento dos produtos e embalagens têm
aumentado consideravelmente nos últimos anos (LACERDA, 2002, p. 41).
A
preocupação da Logística Reversa é equacionar a multiplicidade de aspectos
logísticos do retorno ao ciclo produtivo dos diferentes tipos de bens
industriais, dos materiais constituintes do mesmo e seus resíduos.
6.1 Coleta Seletiva e Reciclagem
A
Coleta Seletiva (Reciclagem ou Processo Reverso) é o principal fator no
processo reverso permitindo que as embalagens tenham um destino ambientalmente
correto. Conforme levantamento realizado pelo CEMPRE (Compromisso Empresarial
para Reciclagem), cerca de 443 cidades (em 2010) mantém programa de coleta
seletiva, e destas, 55% são contratadas pelo Tetra Park, inclusive constando
embalagens longa vida em sua coleta (CEMPRE, 2010, p. 02).
A
implementação da Coleta Seletiva resulta no desenvolvimento de novas
tecnologias no intuito de reaproveitar os materiais utilizados nas embalagens
longa vida, na doação, ou empréstimo de equipamentos e assessoria às
cooperativas de catadores de lixo reciclável e às empresas que reutilizam
material reciclado e, por fim, na educação ambiental das comunidades (CEMPRE,
2010, p. 02).
Após
o lixo ser separado (seletivamente) pela população, o material é encaminhado
para centros de triagem (que fazem a separação dos diversos materiais),
embalado (enfardamento) e enviado para as empresas recicladoras. Em muitas
cidades o centro de triagem é formado por cooperativa, que, em alguns casos, é
responsável não apenas pela triagem, mas também pela coleta.
Mesmo
o principal objetivo da logística reversa sendo minimizar o impacto ambiental,
ela acaba gerando receita para as empresas (ao fornecer matéria prima a um
preço mais baixo) e funcionando como agente de transformação social através do
centro de reciclagem (com a criação de novos postos de trabalho e renda).
Os
produtos oriundos do processo de reciclagem são vários, dentre eles
destacam-se: a produção de papel, caixas de papelão, bandejas, cestos, telhas,
móveis, compensado, etc.
As
fibras de celulose, por exemplo, são separadas do plástico e alumínio através
da adição de água e produtos químicos, que, depois de lavadas e purificadas,
são utilizadas para confecção de papel gráfico, papel higiênico, papel toalha,
caixas de papelão, bandejas para ovos, palmilhas para sapatos, etc.
Já o
plástico é processado por meio de secagem, trituração, extrusão e injeção.
Destinado às fábricas de processamento de plásticos, o material é utilizado
para produzirem-se as mais variadas peças plásticas: cestos de lixo, cabides,
vassouras, cabos de pá, coletores, réguas, etc.
O
caso do alumínio (misturado com plástico) após seu trituramento e prensagem
quente, é muito utilizado na construção civil e indústria moveleira. Formando
uma chapa semelhante ao compensado de madeira, o alumínio misturado ao plástico
tem grande aplicação, transformando-se em muitos produtos: divisória, móveis, peças
decorativas, telhas, encostos, painéis, etc. No caso específico das telhas,
destaca-se o fato que o produto é homogêneo, mais resistente (que as telhas de
fibrocimento), mais impermeável e com maior conforto térmico, além disso,
chegam a custar 30% menos (CEMPRE, 2010, p. 02).
6.2 Resíduos Industriais
Resíduo
é considerado como sendo o resultado de diversas atividades humanas, que podem
ser de origem: industrial, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços,
domésticas ou de limpeza pública. Os resíduos são encontrados nas formas
sólidas, líquidas ou gasosas.
Cronologicamente
pode-se afirmar que as ênfases em questões ambientais recaíram sobre a água na
década de 70, o ar na década de 80 e os resíduos sólidos na década de 90. Esse
fato ocorreu tanto no Brasil como também nos Estados Unidos, onde a EPA
(Agência de Proteção Ambiental) instaurou o “Superfund” (Federal Register nº
40) que é uma legislação específica com objetivo de recuperar os grandes lixões
de resíduos sólidos espalhados nos EUA (CAVALCANTI, 1998, p. 18).
Atualmente
a sociedade é considerada como a “sociedade do lixo”, pois está totalmente
cercada por ele. Num período de 20 anos, o lixo cresceu mais que a própria
população. Entre 1970 e 1990 a população mundial cresceu em torno de 18% enquanto
a quantidade de lixo aumentou 25%, ou seja, a produção de resíduos sólidos
aumentou desproporcionalmente em relação à população (LERÍPIO, 2013, p. 36).
Na
sociedade Norte Americana a grande produção de lixo está relacionada ao padrão
de vida que alimenta o consumismo, incentivando a produção de bens descartáveis
e a difusão de materiais artificiais. Esse estilo de vida está fundamentado no
“american way of life” que associa a qualidade de vida ao consumo de bens
materiais, resultando assim no grande volume de lixo (LERÍPIO, 2013, p. 37).
Já na
Europa, a escassez energética e a preocupação quanto ao assunto, tem favorecido
a reciclagem, principalmente no que tange ao seu aproveitamento térmico. A
dificuldade em gerar energia (e seu consumo cada vez maior) tem levado, por
exemplo, as indústrias de alumínio a reaproveitarem 99% dos resíduos de
produção e 88% de reaproveitamento de suas sobras nas indústrias de plástico.
De todos os municípios europeus, 24% dos resíduos são destinados à incineração,
sendo que 16% com reaproveitamento energético (LERÍPIO, 2013, p. 38).
A
China, mesmo possuindo um território de dimensões continentais e grande
contingente populacional, traz um tratamento diferente se comparado ao
ocidente: fundamentada em valores culturais onde cada cidadão produtor (de
lixo) é o responsável pelo seu próprio lixo, facilitando assim aplicação de
métodos racionais no tratamento do lixo, tornando-o uma solução ao invés de
problema. A maior parte do lixo (que é orgânica) é reintegrada à cadeia natural
da vida em forma de fertilizantes para agricultura, direcionada para a grande
rede de compostagem e biodigestão de resíduos.
6.3 Classificações dos Resíduos
Os resíduos podem ser classificados quanto às
características físicas, origens e seus riscos potenciais.
Quanto às características físicas os resíduos
podem ser classificados como: secos, molhados, orgânicos e inorgânicos.
- Seco:
papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras,
guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina,
cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças.
-
Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos,
legumes, alimentos estragados, etc.
-
Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas
e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos,
aparas e podas de jardim.
-
Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros,
borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas,
parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc. (Ambiente Brasil, 2013, p. 01).
borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas,
parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc. (Ambiente Brasil, 2013, p. 01).
Relativos à origem, os resíduos são classificados em: domiciliar,
comercial,
serviços públicos, hospitalar, portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários,
industrial, radioativo, agrícola e entulho.
serviços públicos, hospitalar, portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários,
industrial, radioativo, agrícola e entulho.
- Domiciliar: originado da vida diária das
residências, constituído por restos de alimentos (tais como cascas de frutas,
verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens
em geral, papel higiénico, fraldas
descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Pode conter alguns resíduos tóxicos.
descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Pode conter alguns resíduos tóxicos.
- Comercial: originado dos diversos
estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados,
estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc.
- Serviços públicos: originados dos serviços
de limpeza urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas,
limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza de
feiras livres, entre outros, constituído por restos de vegetais diversos,
embalagens, entre outros.
- Hospitalar: descartados por hospitais,
farmácias, clínicas veterinárias (algodão, seringas, agulhas, restos de
remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos removidos, meios
de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes
fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um cuidado
especial em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser
incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário.
- Portos, aeroportos, terminais rodoviários e
ferroviários: resíduos sépticos, ou seja, que contêm ou potencialmente podem
conter germes patogênicos. Basicamente originam-se de material de higiene
pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças provenientes de
outras cidades, estados e países.
- Industrial: originado nas atividades dos
diversos ramos da indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o
petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc. O lixo industrial
é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, Iodos, óleos, resíduos
alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias,
vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico.
Esse tipo de lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de
envenenamento.
- Radioativo: resíduos provenientes da
atividade nuclear (resíduos de atividades com urânio, césio, tório, radônio,
cobalto), que devem ser manuseados apenas com equipamentos e técnicas
adequados.
- Agrícola: resíduos sólidos das atividades
agrícola e pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração,
restos de colheita, etc. O lixo proveniente de pesticidas é considerado tóxico
e necessita de tratamento especial.
- Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações. O entulho é geralmente um
material inerte, passível de reaproveitamento (Ambiente Brasil, 2013, p. 01).
Publicada
em 31 de maio de 2004 a NBR 10.004 da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) traz a classificação dos resísuos
sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública
(classe l- perigosos, classe II- não inertes e
classe III- inertes), para que possam ser gerenciados adequadamente. A Norma
NBR 10.004 é imprescindível para a gestão ambiental das empresas e órgãos
fiscalizadores, facilitando a identificação do potencial de risco dos resíduos
e a identificação das melhores alternativas para destinação final e/ou
reciclagem.
- Classe
1 - Resíduos perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao
meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e
patogenicidade.
- Classe
2 - Resíduos não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade,
porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade
ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do
lixo doméstico.
- Classe
3 - Resíduos inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização
(NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em
concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa
que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes
resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem
quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Estão nesta
classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados
de escavações. O quadro 1 mostra a origem, classes e responsável pêlos
resíduos.
O processo industrial é caracterizado pela transformação da matéria prima
em produtos que resultarão em subprodutos e resíduos. O Sistema de Gestão
Ambiental (SGA) na empresa propiciará, além dos ganhos ambientais, geração de
lucros ao reaproveitar-se, reduzir-se e reciclar matérias primas e resíduos.
Muitas oportunidades podem ser aproveitadas observando-se alternativas para
redução de custos, poupança de energia e recursos naturais e os potenciais
recursos ociosos ou mal aproveitados dispostos no meio ambiente. Outro ganho
com o SGA é o bem-estar da população através do empenho das empresas na
manutenção de condições saudáveis do colaborador como a segurança, treinamento
e lazer. E por fim, a comunidade é beneficiada com a contenção ou eliminação
dos níveis de resíduos tóxicos (decorrentes de seu processo produtivo e do uso
ou consumo de seus produtos) e a elaboração e entrega de produtos ou serviços,
de acordo com as condições de qualidade e segurança desejadas pelos
consumidores.
CAPÍTULO VII
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Com objetivo de minimizar impactos ambientais a logística reversa reutiliza
bens e materiais, reintroduzindo-os ao ciclo produtivo. Este processo é utilizado
pelas organizações no intuito de posicionar-se no mercado como ecologicamente
corretas, através do Sistema de Gestão Ambiental e do desenvolvimento
sustentável.
A preocupação com questões ambientais pelas empresas é oriunda da formação
de consciência ambiental por parte das pessoas (consumidores). A chamada
Revolução Ambiental tornou-se um dos mais importantes movimentos sociais dos
últimos anos e, como fruto dessa revolução, está a promoção de importantes
transformações no comportamento da sociedade, inclusive, na sua organização
política e econômica. Após a 2a Guerra Mundial percebeu-se que os
recursos naturais são finitos e que seu uso irracional pode representar o fim
da própria existência humana, fazendo emergir, assim, a questão ambiental. Em
consonância ao surgimento dessa consciência ambiental a ciência e a tecnologia
passaram a ser questionadas diante de alguns episódios catastróficos
relacionados ao meio ambiente (CUNHA e GUERRA, 2003, p. 73):
Essa
sensibilidade ecológica veio se afirmando com a progressiva constatação de três
grandes ameaças sofridas pelo meio ambientes, principalmente a partir da década
de 70, intensificando-se na década seguinte. A primeira foi a destruição da
natureza por catástrofes provocadas pelo homem: a desertificação do Mar de Arai
pela retirada da água pela irrigação, as queimadas na Amazónia, comprometendo o
equilíbrio climático do planeta A segunda diz respeito à extinção de recursos e
formas de vida. O derramamento de petróleo no litoral do Alaska e na região do
Golfo Pérsico, durante a guerra de 1991. A terceira ameaça é o comprometimento
da qualidade de vida, bem como dos produtos. A poluição atmosférica da Cidade
do México, bem como em todo leste europeu, as chuvas ácidas sobre os Estados
Unidos e o Canadá, a exploração de um tanque nos depósitos da Union Caribe, em
Bhopal (índia), em 1984, espalhando uma nuvem tóxica que matou cerca de 2 mil
pessoas e deixou 200 mil feridos e doentes. E em, 1986, a tragédia de Chernobyl,
com a explosão de um reator nuclear cuja nuvem radioativa atingiu quase toda
Europa (VAZ, 2003, p. 342).
A partir dessa mudança (com a consciência ambiental) as empresas passaram a
repensar seus negócios e valorizar ainda mais suas estratégias institucionais.
Tanto a Gestão Ambiental quanto a Logística Reversa passaram a ser
desenvolvidas em conjunto para aproveitar essa oportunidade e adequar-se à nova
realidade, pois o “avanço do marketing ecológico foi desencadeado pela nova
dimensão que o meio ambiente passou a ocupar, como fator de condicionamento
mercadológico dos negócios” (VAZ, 2003, p. 341).
Não só a questão social, mas também a
variável ambiental foi introduzida na reflexão estratégica das organizações
como um ítem altamente valioso para evidenciar um diferencial competitivo, ou
seja, para causar percepção por parte dos consumidores (e colaboradores) de que
o posicionamento ambiental da empresa é positivo, fazendo-a sobresssair sobre a
concorrência, o que é muito difícil por meio de outras variáveis
mercadológicas.
Mesmo tornando-se um ítem relevante na
estratégia da empresa, a questão ambiental tornou-se mais um artifício para
melhorar a imagem da instituição do que causou melhorias na prática, pois
“grandes empresas passaram a incluir a questão ambiental em sua agenda.
Entretanto, assinala que a maioria de nossos problemas ainda persiste”
(CASTELLS apud CUNHA e GUERRA, 2003, p. 121). Portanto, para que haja mudança
efetiva neste cenário, é preciso ocorrer uma mudança na organização social e
uma transformação nos meios de produção e de consumo:
Podemos observar nessas últimas décadas um
grande crescimento das atividades de produção e consumo e, conseqüentemente um
aumento no lançamento de resíduos nos diversos meios receptores (atmosfera,
águas superficiais e subterrâneas e solos), cuja capacidade de assimilação é
fixa, não levando em conta as mudanças climáticas a longo prazo (BURSZIYN,
1994, p. 13).
Para permitir uma utilização mais racional
dos recursos, evitar que a sociedade e as empresas se vulnerabilizem e
econômica e ecologicamente (perante futuros danos ambientais) é preciso que
desde o início, ainda nas fases de elaboração das políticas de desenvolvimento,
se comtemplar a compatibilização dos interesses econômicos com a proteção do
meio ambiente (BURSZIYN, 1994, p. 17).
Destacam-se alguns aspectos muito positivos relacionados à questão
ambiental tais como: o desenvolvimento de uma imagem corporativa ambientalmente
correta, o compromisso da gerência e dos colaboradorres, a criação e
desenvolvimento de produtos e processos produtivos ecológicos (que economizam
recursos e não provocam riscos ambientais) e o desenvolvimento de tecnologias
pela área de pesquisa e desenvolvimento (DONAIRE, 1999, p. 93).
Para que uma empresa desenvolva um programa ambiental e realize a Gestão
Ambiental, o primeiro passo (que deve ser repetido indefinidamente) é o
processo de avaliação que incluem as seguinte etapas:
Do
planejamento e elaboração do projeto; identificação prévia dos impactos;
diagnóstico ambiental; identificação dos impactos; previsão e medição dos impactos; interpretação e avaliação dos
impactos; e programas de acompanhamento e monitoramento (BURSZIYN, 1994, p.
52).
O momento
mais adequado para avaliar o impacto ambiental dos produtos é durante seu
projeto, pois poderá considera-se seus materiais constituintes, bem como prever
a facilidade de desmontagem, separação e identificação dos materiais visando à
reciclagem, ou seja, objetivando reduzir os impactos sobre o meuio ambiente e
facilitar o ciclo reverso. Ao equacionar os custos do produto com a
recapturação de valor correspondente através da logística reversa, estará
agregando valor ecológico ao bem (LEITE, 2003, p. 46).
A
identificação pela empresa dos impactos ambientais gerados pelo produto leva em
consideração todo o processo de pré-produção até a pós-produção, inclusive a
logística reversa. Portanto é necessária a análise do ciclo de vida útil dos
produtos para diagnosticar os impactos ambientais desde a extração da matéria
prima, dos insumos para produção, transporte, comercialização e retorno
(logística reversa). Nesse sentido, o ciclo de vida do produto é avaliado sob
enfoque da gestão ambiental de seus impactos, pois:
A avaliação do ciclo
de vida do produto é um instrumento de gestão ambiental aplicável aos bens e
serviços. O ciclo de vida que interessa à gestão ambiental refere-se aos
aspectos ambientais de um bem ou serviço em todos os seus estágios (BARBIERI,
2004, p. 146).
Para a
análise metodológica do ciclo de vida dos produtos são verificadas, dentre
outras coisas, as quantidades de matérias-primas e insumos para produção,
embalagens, energia utilizada, bem como as quantidades de resíduos e impactos
do transporte. Esta preocupação e cuidado das empresas em avaliar todo o ciclo
produtivo do produto se devem não apenas para conformidade às leis ambientais,
mas para melhorar a competitividade e melhoria da imagem corporativa:
Pesquisas realizadas
no Brasil em 1998 pelo CNI, pelo Sebrae e pelo BNDES revelam que 90% das
grandes empresas e 35% das pequenas e microempresas realizaram investimentos
ambientais, independente de legislação, mas com propósitos de melhoria de
competitividade em exportações, de serviço aos clientes, de atendimento às
comunidades, de atendimento a organizações não-governamentais e de melhoria da
imagem corporativa (ANDRADE apud LEITE, 2003, p.124).
Buscando o desenvolvimento sustentável, as empresas que
sustentam um comportamento ambiental estratégico adotam uma atitude ética e de
responsabilidade ambiental, estendendo essa responsabilidadde aos seus
parceiros, tais como fornecedores e clientes.
A
definição de desenvolvimento sustentável da Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento constituída pela ONU em 1991 diz ser aquele que
atende às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de as gerações
futuras atenderem às suas próprias necessidades (SILVA, 2007, p. 53).
Ambiente e Desenvolvimento constituída pela ONU em 1991 diz ser aquele que
atende às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de as gerações
futuras atenderem às suas próprias necessidades (SILVA, 2007, p. 53).
O conceito de desenvolvimento sustentável constitui-se
num processo que visa harmozizar e reforçar o potencial presente e futuro, no
qual a exploração de recursos, a direção de investimentos, a orientação do desenvolvimento
tecnológico e a mudança institucional busca atender às necessidades e
aspirações humanas (LEITE, 2003, p. 137). Essa nova visão sobre as questões
ambientais traz em seu bojo a necessidadde de autoconservação da espécie
humana, pois “as novas condições de sensibilidade ambiental se refletirão em
novos posicionamentos estratégicos nas organizações, por instinto de conservação
ou espírito proativo” (LEITE, 2003, p. 139).
A imagem
corporativa tem sido um dos grandes motivadores das empresas que, mesmo quando
o impacto ambiental não é de extrema gravidade, a crescente percepção por parte
dos clientes de que os produtos e processos produzem impacto no meio ambiente,
levam as empresas a tentar converterem sua imagem em ambientalmente corretas.
Outro desafio que as instituições enfrentam é o de equilibrar o desenvolvimento
sustentável com a regulamentação do governo (legislação), cuja influência é
importante.
Sobre a
imagem corporativa da empresa, pesa, de início, o custo da consequência da
poluição por excesso de produtos de pós-consumo despejados ao meio ambiente,
causando-lhe repercussão negativa:
Alguns
indicadores caracterizam empresas com orientação ecológica:
embalagens em recipientes recicláveis, embalagens fabricadas com materiais recicláveis; a empresa ter um ativo programa de reciclagem e estar comprometida a adquirir artigos que tenham certo conteúdo de materiais recicláveis; variáveis ambientais nas reflexões estratégicas da empresa; o abandono da obsolescência planejada; a procura de modificações ambientais por meio de inovações (MILES e UNILLA apud LEITE, 2003, p.140).
embalagens em recipientes recicláveis, embalagens fabricadas com materiais recicláveis; a empresa ter um ativo programa de reciclagem e estar comprometida a adquirir artigos que tenham certo conteúdo de materiais recicláveis; variáveis ambientais nas reflexões estratégicas da empresa; o abandono da obsolescência planejada; a procura de modificações ambientais por meio de inovações (MILES e UNILLA apud LEITE, 2003, p.140).
Há três abordagens que as instituições podem adotar
realativas às questões ambientais: controle da poluição, prevenção da poluição
e incorporação dessas abordagens na
estratégia empresarial (BARBIERI, 2004, p.102).
estratégia empresarial (BARBIERI, 2004, p.102).
O controle da poluição “se caracteriza pelo estabelecimento
de práticas para impedir os efeitos decorrentes da poluição gerada por um dado
processo produtivo” (BARBIERI, 2004, p. 104). Essas práticas podem ser de dois
tipos: remediação e controle final. A tecnologia de remediação não visa
interferir significativamente no processo de produção, mas a aplicação de
tecnologia para remediar impacto já existente. Já as tecnologias de controle
final, é o processo que almeja tratar a poluição resultante antes que seja
lançada ao meio ambiente.
A abordagem prevenção da
poluição é a abordagem pela qual a empresa procura atuar sobre os produtos e
processos produtivos para prevenir a geração de poluição, empreendendo ações
com vistas a uma produção mais eficiente e, portanto, poupadora de materiais e
energia em diferentes fases do processo de produção e comercialização (SILVA,
2007, p. 54).
Na busca de uma posição benéfica para o presente e futuro
do seu negócio, a empresa incorpora essas abordagens na estratégia empresarial
tratando os problemas
ambientais como uma das questões estratégicas da empresa. A gestão ambiental pode proporcionar os seguintes benefícios estratégicos:
ambientais como uma das questões estratégicas da empresa. A gestão ambiental pode proporcionar os seguintes benefícios estratégicos:
-
Melhoria da imagem institucional;
- Renovação do
portfolio de produtos;
-
Produtividade aumentada;
-
Maior comprometimento dos funcionários e melhores relações de trabalho;
- Criatividade e
abertura para novos desafios;
- Melhores relações
com autoridades públicas, comunidade e grupos ambientalistas ativistas;
- Acesso assegurado aos mercados
externos; e
- Maior facilidade para cumprir os padrões ambientais
(NORTH
apud BARBIERI, 2004, p. 108).
apud BARBIERI, 2004, p. 108).
Além da imagem corporativa ambientalmente correta (e para
corroborá-la) as empresas que trabalham com um Sistema de Gestão Ambiental se
preocupam em obter a certificação ISO 14.000 (norma que visa à qualidade em
nível industrial).
O objetivo da ISO é desenvolver a normalização e
atividades relacionadas para facilitar as trocas de bens e serviços no mercado
internacional e a cooperação entre os países nas esferas científicas,
tecnológicas e produtivas (SILVA, 2007, p. 55).
A estratégia de marketing corporativa precisa estar
focada em quatro aspectos fundamentais: o reconsumo, o redirecionamento das
necessidades dos consumidores, a reorientação do mix de produtos e
reorganização (LEITE, 2003, p. 142).
Reconsumo: implica considerar a possibilidade de
reutilização do produto, em parte ou totalmente, por vários ciclos de vida ou
gerações, fazendo com que a fabricação, o uso e o modo de desembaraço e sua
reutilização seja compatível com as ideias de desenvolvimento sustentável.
Redirecionamento das necessidades dos consumidores: envolve pesquisar novos
hábitos de consumo e comportamento, para satisfazer essas novas necessidades ou
promovê-las quando necessário. Reorientação do mix de produtos: visa
identificar oportunidades de redução dos impactos das diversas fases. Reorganização:
significa a aplicação de técnicas de conscientização requeridas nas mudanças de
paradigmas nas organizações (SILVA, 2007, p. 56).
Portanto, visando um posicionamento diferenciado no
mercado, redução de custos (aumento de lucro) com aplicação de novas
tecnologias e reaproveitamento de materiais, bem como evitando punição (por não
conformidade com a legislação) e sansão dos consumidores, a Administração
Ambiental nas empresas e a Logística Reversa são derramentas em crescimento que
devem ser utilizadas e trabalhadas de forma interrelacionadas pelas empresas.
CAPÍTULO
VIII
CONCLUSÃO
Finalmente são abordados os principais resultados alcançados pela pesquisa,
sua análise crítica quanto ao objetivo e limitações, bem como o direcionamento
final.
8.1 Principais
Resultados
Através desta pesquisa ficou evidenciado a importância da administração
ambiental das empresas e a utilização de suas principais ferramentas.
Optando-se por estabelecer na empresa um Sistema de Gestão Ambiental deverar-se
gerenciar suas atividades através da identificação dos impactos gerados
(buscando minimizá-los) e maximizando as atividades positivas numa constante
melhoria na relação com meio ambiente.
A finalidade fundamental na implementação de um Sistema de Gestão
Ambiental (SGA) é buscar a melhoria do desempenho ambiental da empresa, a
prevenção da poluição, a redução de resíduos, o reaproveitamento de matéria e o
cumprimento da legislação ambiental que a ela é aplicável.
Outro ressultado da utilização do Sistema de
Gestão Ambiental é a obtenção de ganhos e oportunidades como, por exemplo:
melhor relacionamento entre os clientes e a empresa, aumento do lucro com a
utilização da ferramenta Logística Reversa e ganho na imagem institucional ao
apresentar-se como empresa ambientalmente correta (funcionando como um
diferencial competitivo). Além da melhoria na imagem da empresa, uma
instituição com responsabilidade ambiental agrega valor ao seu produto/serviço
com qualidade ecológica.
O produto/serviço é valorizado ao receber a
rotulagem ambiental conhecida como “selo verde”, confirmando sua adequação à
norma NBR ISO 14.001 e, consequentemente causando menor impacto ao meio
ambiente. Através do “selo verde” a empresa tem estampado seu compromisso
ambiental nas suas ferramentas promocionais e em seus produtos/serviços de
forma a atingir o seu público-alvo.
8.2 Análise Crítica Quanto ao
Objetivo
Pode-se
afirmar que todos os objetivos foram alcançados, tanto o objetivo geral da
pesquisa que é demonstrar a importância da administração ambiental das empresas
e quais as principais ferramentas de gestão como, inclusive, seus objetivos
específicos que foram: investigar
o processo de gestão ambiental das empresas, analisar a norma ambiental série NBR
ISO 14.000 e mostrar as principais ferramentas que podem ser utilizadas pelas
empresas no intuito de se tornarem ambientalmente corretas e com a qualidade
ambiental NBR ISO 14.000.
Por outro lado, reconhece-se,
especificamente sobre as ferramentas de gestão, que muitas outras podem ser
aplicadas e desenvolvidas e que novas tecnologias já estão à disposição das
empresas. No entanto, foram abordadas as principais e mais relevantes
ferramentas, sendo suficientes para este escopo.
8.3 Limitações
Mesmo atingindo seus objetivos, a pesquisa encontra algumas
lacunas que carecem de estudos complementares. Com o propósito principal de
fornecer demonstrar a importância da administração ambiental das empresas e
quais as principais ferramentas de gestão ela é, em si, um passo fundamental.
Particularmente quanto a novas ferramentas administrativas que continuam
surgindo no intuito de auxiliar a administração ambiental, tem-se a opção de
investigar mais alternativas.
Quanto à fundamentação teórica e pesquisa bibliográfica
encontrou-se uma carência no acesso à literatura concernente ao tema (ausência
de biblioteca), o que foi em parte superado com auxílio da internet com acesso
a acervo e publicações digitais online.
8.4 Direção da
Pesquisa
A partir desta pesquisa elementar, espera-se haver contribuído com
fundamentação e orientação básica quanto à implementação e importância do uso
de ferramentas na Gestão Ambiental. Longe de esgotar, o tema deve ser
aprofundado e abordado das mais diferentes formas. No entanto, o referencial
ficou estabelecido, ou seja, que as empresas não podem ficar alheios à
Administração Ambiental, sob pena de perderem receitas e ficarem para trás em
relação à concorrência.
Por fim, do ponto de vista acadêmico, espera-se que novas
pesquisas possam ampliar o conhecimento, especialmente no que tange ao
aperfeiçoamento e elaboração de novas ferramentas de gestão ambiental.
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