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MONOGRAFIA: ÍNDICE DE LUCRO POR HECTARE AO DIA: ESTUDO DE CASO DO ASSENTAMENTO SANTA JÚLIA EM NOVO PROGRESSO-PA

O fato de não existir um índice que possa ser aplicado para análise da viabilidade econômica nas propriedades rurais de economia familiar e de os agricultores familiares precisarem definir empiricamente qual (quais) cultura(s) deve(m) ser cultivada(s), exige dos pesquisadores a criação do Índice de Lucro por Hectare ao Dia (ILHD). De posse desse Índice comparativo, o agricultor estará apto para decidir melhor sobre o uso da terra e de sua mão-de-obra, bem como a administração dos demais custos de produção de sua propriedade, proporcionando mais racionalidade à administração agrícola, diminuindo as perdas e maximizando o lucro, ou seja, o agricultor familiar poderá decidir quais culturas são mais lucrativas para dada região, racionalizando assim seu meio de produção (tempo, terra, trabalho e capital). Utilizando-se a pesquisa bibliográfica acerca do tema; levantamento de dados estatísticos (através de pesquisa de campo com questionário dirigido) diagnosticando a situação econômica da comunidade; e por fim, a análise qualitativa dessas informações (descritivo-comparativo) estabelecendo o índice de lucratividade, tomar-se-á como exemplo o assentamento de agricultores familiares Santa Júlia em Novo Progresso-PA, o estudo de caso demonstra a aplicação deste índice onde torna explícito que a maior produção em quilogramas por hectare de uma determinada cultura pode não resultar em maior lucratividade, pois esta depende de outras variáveis: tempo de uso da terra, preço médio de mercado e custos de produção. Mesmo uma cultura sendo aparentemente mais lucrativa em valores absolutos por hectare, ao distribuir essa mesma lucratividade pelo tempo demandado para a produção da cultura, obtém-se um lucro diário menor que de outras culturas. Portanto, mudando-se a localidade analisada o ILHD será diferente, pois as variáveis que compõe o seu cálculo também serão diferentes.
Palavras chave: Agricultura Familiar, Lucro, Índice, Administração.

 FACULDADE DE SINOP
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COM ÊNFASE EM AGRONEGÓCIO









ÍNDICE DE LUCRO POR HECTARE AO DIA:
ESTUDO DE CASO DO ASSENTAMENTO SANTA JÚLIA EM NOVO PROGRESSO-PA



Elderson Luciano Mezzomo






Sinop-MT

Julho 2013
FACULDADE DE SINOP
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COM ÊNFASE EM AGRONEGÓCIO









ÍNDICE DE LUCRO POR HECTARE AO DIA:
ESTUDO DE CASO DO ASSENTAMENTO SANTA JÚLIA EM NOVO PROGRESSO-PA


Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Avaliadora do Departamento de Administração da Faculdade de Sinop - FASIP, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração com Ênfase em Agronegócio.

Orientador: Prof. Alexandre Nascimento.



Sinop-MT
Julho 2013



ELDERSON LUCIANO MEZZOMO


ÍNDICE DE LUCRO POR HECTARE AO DIA:
ESTUDO DE CASO DO ASSENTAMENTO SANTA JÚLIA EM NOVO PROGRESSO-PA




Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca avaliadora do curso de Administração com Ênfase em Agronegócio da FASIP - Faculdade de Sinop, como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Administração.


Aprovado em 13/07/2013.


____________________________________
Alexandre Nascimento
Professor Orientador
Departamento de Administração-FASIP


____________________________________
Francisco Fábio Soares
Professor Avaliador
Departamento de Administração-FASIP


____________________________________
Geisson Nardi
Professor Avaliador
Departamento de Administração - FASIP


____________________________________
Sergio C. Crocetta
Coordenador do Curso de Administração com ênfase em Agronegócio
FASIP - Faculdade de Sinop



Sinop-MT
Julho 2013



























DEDICATÓRIA

Esta pesquisa é dedicada aos agricultores familiares que tem sustentado esta nação e são dignos de nosso respeito.



























AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os familiares e amigos que contribuíram de uma forma ou de outra, para a realização desta pesquisa.





























É fácil apagar as pegadas; difícil, porém, é caminhar sem pisar o chão. Lao-Tsé




MEZZOMO, Elderson Luciano. Índice de Lucro por Hectare ao Dia: estudo de caso do assentamento Santa Júlia em Novo Progresso-PA. 2013. 54 folhas. Monografia de Conclusão de Curso - FASIP - Faculdade de Sinop.


RESUMO

O fato de não existir um índice que possa ser aplicado para análise da viabilidade econômica nas propriedades rurais de economia familiar e de os agricultores familiares precisarem definir empiricamente qual (quais) cultura(s) deve(m) ser cultivada(s), exige dos pesquisadores a criação do Índice de Lucro por Hectare ao Dia (ILHD). De posse desse Índice comparativo, o agricultor estará apto para decidir melhor sobre o uso da terra e de sua mão-de-obra, bem como a administração dos demais custos de produção de sua propriedade, proporcionando mais racionalidade à administração agrícola, diminuindo as perdas e maximizando o lucro, ou seja, o agricultor familiar poderá decidir quais culturas são mais lucrativas para dada região, racionalizando assim seu meio de produção (tempo, terra, trabalho e capital). Utilizando-se a pesquisa bibliográfica acerca do tema; levantamento de dados estatísticos (através de pesquisa de campo com questionário dirigido) diagnosticando a situação econômica da comunidade; e por fim, a análise qualitativa dessas informações (descritivo-comparativo) estabelecendo o índice de lucratividade, tomar-se-á como exemplo o assentamento de agricultores familiares Santa Júlia em Novo Progresso-PA, o estudo de caso demonstra a aplicação deste índice onde torna explícito que a maior produção em quilogramas por hectare de uma determinada cultura pode não resultar em maior lucratividade, pois esta depende de outras variáveis: tempo de uso da terra, preço médio de mercado e custos de produção. Mesmo uma cultura sendo aparentemente mais lucrativa em valores absolutos por hectare, ao distribuir essa mesma lucratividade pelo tempo demandado para a produção da cultura, obtém-se um lucro diário menor que de outras culturas. Portanto, mudando-se a localidade analisada o ILHD será diferente, pois as variáveis que compõe o seu cálculo também serão diferentes.

Palavras chave: Agricultura Familiar, Lucro, Índice, Administração.




ABSTRACT

The fact that there is an index that can be applied to analyze the economic viability of farms in the family economy and family farmers need to define empirically which one (s) culture (s) is (are) cultivated (s) requires the researchers to create the Index Earnings per Hectare the Day (ILHD). Armed with this comparative index, the farmer will be able to decide on the best use of the land and its labor-work, as well as administration of other production costs of your property, providing further rationale for agricultural administration, reducing losses and maximizing profit, ie, the family farmer can decide which crops are more profitable for a given region, thus rationalizing their production environment (weather, land, labor and capital). Using the literature on the subject, survey statistics (through field survey questionnaire) diagnosing the economic situation of the community, and finally, a qualitative analysis of this information (descriptive and comparative) establishing profitability index , will take as an example the settlement of farmers in Santa Julia Novo Progresso-PA, the case study demonstrates the application of this index which makes explicit that the largest production in kilograms per hectare of a particular culture may not result in greater profitability, as this depends on other variables such as time of use of the land, the average market price and production costs. Even a culture apparently being more profitable in absolute values ​​per hectare, to distribute the same profitability by time required for the production of culture, you get a daily profit lower than other cultures. Therefore, by changing the location examined the ILHD will be different because the variables that compose the calculation will also be different.

Keywords: Family Farming, Income, Index, Directors.





LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: frequência das culturas cultivadas na amostra                                                         33
Gráfico 2: percentual das culturas cultivadas na amostra                                                         34
Gráfico 3: custos de produção por hectare em valores monetários (R$).                                  34
Gráfico 4: custos totais de produção por hectare em valores monetários (R$).                        35
Gráfico 5: tempo em dias do tempo total despendido para produção de cada cultura             36
Gráfico 6: preço médio por quilograma praticados pelo comércio local                                   37
Gráfico 7: produção média em quilogramas de cada cultura por hectare                                 38
Gráfico 8: receita bruta em valores monetários (R$) alcançada pelas culturas praticadas        38
Gráfico 9: ILHD (índice de lucratividade por hectare ao dia) em valores monetários             39
Gráfico 10: ILHD (índice de lucratividade por hectare ao dia) em porcentagens                    40




LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Plano Safra da Agricultura Familiar 2012/2013                                                       22
Quadro 2: ranking das principais culturas e sua participação sobre o Valor Bruto de Produção nacional  25
Quadro 3: custos de produção e produção média por hectare                                                  41



SUMÁRIO

CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO                                                                                                                      13

1.1 Justificativa                                                                                                                        13

1.2 Problematização                                                                                                                14
1.3 Hipóteses                                                                                                                             14
1.4 Objetivos                                                                                                                             14
1.4.1 Objetivo Geral                                                                                                                  14
1.4.2 Objetivos Específicos                                                                                                       15
1.4.2.1 Fundamentação teórica                                                                                                 15
1.4.2.2 Levantamento de dados                                                                                                15
1.4.2.3 Análise de dados                                                                                                           15
CAPÍTULO II
REVISÃO DA LITERATURA                                                                                             16
2.1 Administração como Ciência                                                                                            16
2.2 Administração Rural                                                                                                         18
2.2.1 O que são empreendimentos rurais                                                                                   18
2.2.2 Aspectos que Influenciam os Empreendimentos Rurais e Peculiaridades                       19
2.2.3 A Importância do Planejamento na Agricultura Familiar                                                 20
2.3 Políticas de Incentivos a Agricultura Familiar                                                                20
2.3.1 Linhas de Créditos à Agricultura Familiar                                                                       21
2.3.2 Órgãos de Apoio à Agricultura Familiar                                                                          23
2.4 Viabilidade Econômica                                                                                                     23
2.5 Principais Culturas Produzidas na Agricultura Familiar no Brasil                             24
CAPÍTULO III
METODOLOGIA                                                                                                                   26
3.1 Tipo e Descrição da Pesquisa                                                                                           26
3.2 População e Amostra                                                                                                        27
3.3 Instrumentos de Pesquisa                                                                                                 28
3.4 Procedimentos                                                                                                                    29
3.4.1 Coleta de Dados                                                                                                               30
3.4.2 Análise de Dados                                                                                                             30



CAPÍTULO IV
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS                                                               31
4.1 Caracterização da Comunidade Santa Júlia em Novo Progresso-PA                          31
4.2 Apresentação dos Dados Iniciais                                                                                      32
4.2.1 As Dez Principais Culturas Praticadas no Assentamento Santa Júlia                              32
4.2.2 Custos das Dez Principais Culturas Praticadas no Assentamento Santa Júlia                 34
4.2.3 Tempo de Permanência na Terra das Dez Principais Culturas Praticadas no Assentamento Santa Júlia                                                                                                                                                   36
4.2.4 Preço Médio de Mercado das Dez Principais Culturas Praticadas no Assentamento Santa Júlia     37
4.3 Análise e Elaboração do Índice de Lucro por Hectare ao Dia                                      39
4.3.1 Apresentação do Índice de Lucratividade por Hectare ao Dia                                        39
4.3.2 Análise dos Custos de Produção X Lucro                                                                       40
4.3.3 Análise do Tempo de Ocupação da Terra X Lucro                                                          41
4.3.4 Análise do Preço Médio de Mercado X Lucro                                                                42
CAPITULO V
CONCLUSÃO                                                                                                                         43
5.1 Principais Resultados                                                                                                        43
5.2 Análise Crítica Quanto ao Objetivo                                                                                 44
5.3 Limitações                                                                                                                          44
5.4 Direção da Pesquisa                                                                                                          45
BIBLIOGRAFIA                                                                                                                    47
APÊNDICES                                                                                                                           50
Questionário                                                                                                                             50
Autorização                                                                                                                              52
ANEXO                                                                                                                                    53
Laudo de Correção Gramatical                                                                                             53


CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO







A definição do Índice de Lucro Por Hectare ao Dia (ILHD) é de suma importância aos pequenos agricultores que compõe a base do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. De posse desse instrumento, a agricultura familiar poderá decidir quais culturas são mais lucrativas para dada região, racionalizando assim seu meio de produção (tempo, terra, trabalho e capital). Neste escopo o assentamento de agricultores familiares Santa Júlia em Novo Progresso-PA servirá de exemplo, através do estudo de caso, da aplicação deste índice.

 

1.1 Justificativa


O fato de os agricultores familiares precisarem definir empiricamente qual (quais) cultura(s) deve(m) ser cultivada(s) exige dos pesquisadores a criação do ILHD (Índice de Lucro por Hectare ao Dia), já que não existe nenhum índice que possa ser aplicado para análise da viabilidade econômica nas propriedades rurais de economia familiar.
De posse desse Índice comparativo, o agricultor estará apto para decidir melhor sobre o uso da terra e de sua mão-de-obra, bem como a administração dos demais custos de produção de sua propriedade.
Sem dúvida o ILHD (Índice de Lucro por Hectare ao Dia) será de grande utilidade à agricultura familiar, o que proporcionará mais racionalidade à administração agrícola, diminuindo as perdas e maximizando o lucro. Como diz Vasconcellos:

parte-se da premissa de que as empresas têm como objetivo maior a maximização de lucros, seja a curto ou a longo prazo. Define-se lucro total como a diferença entre as receitas de vendas da empresa e seus custos totais de produção (VASCONCELLOS, 2006, p. 72).

Em consequência, haverá maior aproveitamento da área cultivada e uma melhora significativa na qualidade de vida das famílias (com a fixação do homem no campo).

1.2 Problematização

Há vários fatores que (in)viabilizam uma cultura tais como: custos, preços de mercado, transporte, etc. A maioria destes fatores estão alheios ao controle do agricultor familiar, ou seja, não cabe a ele definir, dentre outros, o custo do frete, valor do produto no mercado, preço de insumos, mas a decisão de qual cultura implementar é pertinente a ele.
A decisão sobre qual cultura agrícola plantar é fundamental para um planejamento que maximize o lucro através da compreensão dos mecanismos de mercado e um uso mais racional da terra. Nesse ínterim questiona-se qual instrumento pode auxiliar o agricultor familiar na tomada de decisão que o ajude no planejamento e a diminuir as incertezas sobre o que plantar.
De fato ainda não há um instrumento disponível para o agricultor familiar realizar seu planejamento econômico. A criação do ILHD (índice de lucro por hectare ao dia) poderá suprir necessidade de auxílio para tomada de decisão sobre o que plantar da agricultura familiar? De que forma ele poderá auxiliá-la nesse planejamento?

1.3 Hipóteses:

Hipótese 1 - nem sempre a maior produção de uma determinada cultura resultará em maior lucro, pois devem ser contabilizados os custos de tratos culturais, transporte e insumos.
Hipótese 2 - outros dois fatores que influenciam no resultado da viabilidade econômica (maior margem de lucro) são o tempo de ocupação da terra por determinada cultura e o preço médio de mercado.
Hipótese 3 - como os valores dos custos e o preço médio de mercado são variáveis de acordo com cada realidade econômico-social, obter-se-á resultados diferentes na aplicação do ILHD (índice de lucro por hectare ao dia) para cada região, ou seja, mudando de região, as culturas mais lucrativas serão diferentes.

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral

Disponibilizar um instrumento para análise comparativa da viabilidade econômica das dez principais culturas de uma região na agricultura familiar (neste caso o assentamento Santa Júlia em Novo Progresso-PA), proporcionando uma fonte de informação segura para a tomada de decisões pelos agricultores sobre o que plantar.

1.4.2        Objetivos Específicos

Os objetivos específicos serão distribuídos em fundamentação teórica (conceituação), levantamento de dados em campo e análise.

1.4.2.1 Fundamentação Teórica

- estudar as bases teóricas do agronegócio, agricultura familiar, produção e viabilidade econômica;
- conceituar o que é ILHD (Índice de Lucro por Hectare ao Dia) e sua utilização.

1.4.2.2 Levantamento de dados

- definir quais as dez principais culturas praticadas na região;
- levantar os custos dos tratos culturais e da preparação do solo (mão de obra), dos insumos (semente, adubos, etc.) e transporte para comercialização;
- verificar o tempo que cada cultura depreende para sua produção;
- identificar o valor médio alcançado pelo produto no mercado.

1.4.2.3 Análise

A análise objetiva situar quais culturas (entre as dez principais) são mais lucrativas estabelecendo o ILHD (índice de lucro por hectare ao dia) que será dado em valores monetários e também em porcentagens, em relação ao produto com maior lucratividade.




CAPÍTULO II
REVISÃO DA LITERATURA







A literatura sobre administração remonta à antiguidade, mas no século 20 desenvolveram-se muitos estudos, até mesmo no que tange ao agronegócio e, inclusive, a agricultura familiar.

2.1 Administração como Ciência
           
A prática administrativa remonta à antiguidade, desde o gerenciamento do lar, do campo, comércio e até de grandes instituições como exércitos e países. Historicamente destaca-se que já pelo ano 5.000 a.C., na Suméria, seus habitantes exerceram a prática administrativa ao procurar uma maneira para melhorar a resolução de seus problemas práticos. No Egito, Ptolomeu,

planejou e dimensionou um sistema econômico que não poderia ter-se operacionalizado sem uma administração publica sistêmica e organizada. Em seguida, na China de 500. A.C., a necessidade de se ter um sistema organizado de governo para o império, a Constituição de Chow, com 8 (oito) Regras de Administração Publica de Confúcio, exemplificam a tentativa chinesa de definir regras e princípios de administração, [...] (HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO, 2008, p.1).

Na idade média a gestão dos grandes feudos, os prelados católicos e o aparecimento de um grupo de professores e administradores públicos na Alemanha e na Áustria chamados de Fiscalistas (1550 a 1700) configuram marco importante na prática administrativa. Nessa evolução histórica duas instituições de destacaram: a Igreja Católica Romana e as Organizações Militares.

A Igreja pode ser considerada uma organização mais formal, mais eficiente da civilização Ocidental. Através dos séculos vem mostrando e provando a força de atração de seus objetivos, a eficácia de suas técnicas organizacionais e administrativas, espalhando-se por todo mundo e exercendo influência, inclusive sobre o comportamento pessoal de seus fiéis.
As Organizações Militares evoluíram das displicentes ordens dos cavaleiros medievais e dos exércitos mercenários dos séculos XVII e XVIII até os tempos modernos com uma hierarquia de poder rígida e adoção de princípios e práticas administrativas comuns a todas as empresas da atualidade (HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO, 2008, p.1).

Com a Revolução Industrial a administração alcançou seu status de ciência, saindo do empirismo para o método científico devido ao crescimento acelerado e desorganizado das empresas (exigindo mais que a mera improvisação) e a necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas (devido à intensa concorrência).

Ela é um produto típico do século XX. Na verdade, a Administração tem pouco mais de cem anos e constitui o resultado histórico e integrado da contribuição cumulativa de vários precursores, filósofos, físicos, economistas, estadistas e empresários que, no decorrer dos tempos, foram, cada qual em campo de atividades, desenvolvendo e divulgando suas teorias. Por isso, a moderna administração utiliza conceitos e princípios empregados nas Ciências Matemáticas (inclusive a Estatística), nas Ciências Humanas (como Psicologia, Sociologia, Biologia, Educação etc.), nas Ciências Físicas (como Física, Química etc.), como também no Direito, na Engenharia, na Tecnologia da Informação etc. (CHIAVENATO, 2003, p. 26).

Não é fácil precisar até que ponto os homens da Antiguidade, da Idade Média e até da Idade Moderna tinham consciência de que estavam praticando a Administração, mas no início do século XX o engenheiro americano Frederick W. Taylor apresenta os princípios da Administração Científica (1911) e o estudo da Administração como Ciência e paralelamente o francês Henri Fayol defende princípios semelhantes na Europa baseado em sua experiência na alta administração.

Enquanto TAYLOR estudava a empresa privilegiando as tarefas de produção, Fayol estudava a empresa privilegiando as tarefas da organização.
A ênfase dada por TAYLOR era sobre a adoção de métodos racionais e padronizados e máxima divisão de tarefas, enquanto FAYOL enfatizava a estrutura formal da empresa e a adoção de princípios administrativos pelos altos escalões. (HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO, 2008, p.1).

Enfatizando tempos e métodos através da divisão de trabalho, Taylor objetivava a máxima produção com o mínimo custo. O funcionário passava a fazer parte da “máquina” de produção, desvinculada do mercado, e cujo propósito era executar atividades monótonas, repetitivas e eficientes (no padrão). Segundo Taylor as cinco funções essenciais da Gerência Administrativa consistia em: 1-planejar (estabelecendo os objetivos da empresa e a forma de atingi-los), 2-comandar (fazendo com que os subordinados [hierarquização] executem o que deve ser feito), 3-organizar (coordenando todos os recursos), 4-controlar (estabelecendo padrões e medidas de desempenho) e 5-coordenar (atitudes e esforços).
Complementarmente, Fayol relacionou quatorze princípios que deveriam ser exercidos pela Administração: 1-divisão do trabalho, 2-autoridade, 3-unidade de comando, 4-unidade de direção, 5-disciplina, 6-prevalência dos interesses gerais, 7-remuneração, 8-centralização, 9-hierarquia, 10-ordem, 11-eqüidade, 12-estabilidade dos funcionários, 13-iniciativa e 14-espírito de corpo.
Taylor e Fayol são, portanto, os pilares na história da evolução da Administração, dando origem, dentre outras a teorias como: a Teoria das Relações Humanas, Teoria Estruturalista, Teoria de Sistemas e Teoria da Contingência.

2.2 Administração Rural

Administração rural remonta à antiguidade em decorrência dos primeiros empreendimentos humanos como o cultivo da lavoura e a criação de animais. No sentido atual, administração rural é considerada como,

o conjunto de atividades que facilitam aos produtores rurais a tomada de decisões ao nível de sua empresa agrícola, com o fim de obter melhor resultado econômico, mantendo a produtividade da terra. O campo de atuação da Administração Rural está em plena expansão. Graças às tecnologias cada vez mais presentes no setor rural, surge a necessidade de contratação de um administrador especialista na área. A tarefa de administrar começa pela tomada de conhecimento de tudo que constitui uma empresa rural. Terra, pessoas, máquinas, equipamentos, instalações e benfeitorias, fornecedores, clientes e dinheiro, são exemplos de recursos que uma empresa precisa para realizar suas atividades (PAULA, 2004, p.1).
               
Portanto, administração rural é a ciência que estuda os processos decisórios e ações implementadas pelo administrador em organizações rurais.

2.2.1 O que são empreendimentos rurais

Para o exercício da administração rural depreende-se a necessidade de empreendimentos rurais que podem ser definidos como “uma unidade de organização Econômico Social, no Setor Rural que tem características, em geral, diferenciadas das empresas de outros setores” (RAMOS, Lúcia, 2013).
O Decreto nº 55.891/65 traz os seguintes requisitos para que o imóvel rural venha a ser considerado como empresa rural:

Art. 25. O imóvel rural será classificado como empresa rural, na forma do inciso III do art. 5º desde que sua exploração esteja sendo realizada em obediência às seguintes exigências e de acordo com a Instrução referida no parágrafo 3º do art. 14:
I – que a área utilizável nas várias explorações represente porcentagem igual ou superior a 50% da sua área agricultável, equiparando-se, para esse fim, às áreas cultivadas, as pastagens, as matas naturais e artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias;
II – que obtenha rendimento médio, nas várias atividades de exploração, igual ou superior aos mínimos fixados em tabela própria, periodicamente revista e amplamente divulgada;
III – que adote práticas conservacionistas e que empregue no mínimo a tecnologia de uso corrente nas zonas em que se situe;
IV – que mantenha as condições de administração e as formas de exploração social estabelecidas como mínimas para cada região [...] (BRASIL, 1965).

Portanto, na empresa rural ocorre a associação da terra, trabalho, capital e as técnicas agrárias, com finalidade econômica.

2.2.2 Aspectos que Influenciam os Empreendimentos Rurais e Peculiaridades

Os empreendimentos rurais são influenciados por um grande número de variáveis tais como: a dependência dos recursos naturais, a sazonalidade de mercado, a perecibilidade do produto, o ciclo biológico de vegetais e de animais, o tempo de maturação dos produtos e o tempo de retorno do investimento. Portanto, a administração rural leva em conta muitas questões sobre: o que produzir, quanto produzir, como produzir, quando produzir, para quem vender e, tudo isso, baseados em aspectos como a disponibilidade da propriedade, as terras, benfeitorias, mão-de-obra, máquinas e equipamentos, animais, insumos, armazenagem, beneficiamento, transporte, mercado, clientes, concorrentes e fornecedores.
Para a definição de o que produzir, a gestão rural observa e avalia o ambiente externo (macroambiente e ambiente imediato) e interno.
O ambiente externo constitui-se de: informações da demanda (identificação dos clientes potenciais, sazonalidade de consumo do produto, nível de exigência de qualidade, preço histórico e atual e quantidade mínima exigida pelo comprador), informações da oferta (nível de produção regional e saturação da oferta, produto substituto, potencial de produção/venda) e serviços de apoio (acesso a insumos, existência de cooperativas/associações, sindicatos, acesso a assistência técnica pública ou privada, acesso a aluguel ou compra de equipamentos) (VILCKAS, M.; NANTES, J. F. D., p. 1-2).
Já o ambiente interno avalia: os recursos naturais (solo, distribuição de chuva, acesso à água para irrigação/possibilidade de faltar água, temperatura média do ar), recursos humanos (afinidade pela cultura, domínio das técnicas de produção pelo produtor e familiares, domínio das técnicas de produção pelos empregados, necessidade de mão-de-obra), recursos tecnológicos e de infraestrutura (equipamento de irrigação, local para lavagem dos produtos, outros) e recursos financeiros (custo de produção, riscos, retorno sobre o investimento, capital próprio) (VILCKAS, M.; NANTES, J. F. D., p. 1-2).

2.2.3 A Importância do Planejamento na Agricultura Familiar
           
Planejar o empreendimento no âmbito da agricultura familiar é essencial, pois no agronegócio brasileiro, o segmento formado por produtores familiares representa um importante papel, visto que esse promove o desenvolvimento econômico, contribui para o emprego, redução da pobreza, melhoria na distribuição de renda, aumento no consumo das populações rurais, redução do êxodo rural e é responsável por significativa parcela da produção de alimentos básicos no país.
O planejamento representa um ponto chave devido ao aumento da competitividade onde o produtor rural está sendo obrigado a gerir a propriedade rural como uma empresa, evitando erros gerenciais que influenciam decisivamente no desempenho da empresa,

estendendo seus esforços para além dos métodos mais  eficientes de produção, considerando também as estratégias para identificar e trabalhar os fatores internos e externos que influenciam o funcionamento de sua empresa (VILCKAS, M.; NANTES, J. F. D., 2005, p. 1-2).

Nesse sentido, o planejamento se torna relevante devido às características intrínsecas ao empreendimento rural composto por um grande número de variáveis tais como,

a dependência dos recursos naturais, a sazonalidade de mercado (oferta e demanda), a perecibilidade do produto, o ciclo biológico de vegetais e de animais, o tempo de maturação dos produtos e o tempo de retorno do investimento. Outro fator importante no planejamento da produção rural é a impossibilidade de mudanças imediatas na produção, pois uma vez realizado o investimento, é necessário aguardar o resultado da produção e escoá-la rapidamente, mesmo em condições desfavoráveis de mercado, a não ser que o produto possa ser estocado à espera de melhores condições de venda (VILCKAS, M., 2004, p. 51-52).

O planejamento como função administrativa na agricultura familiar impõe-se como necessária e desafiadora ao considerar o número reduzido de funcionários, que por vezes se resume ao proprietário e sua família, acumulando assim atividades operacionais e administrativas, com ênfase na primeira, deixando de valorizar devidamente as oportunidades de mercado que o ambiente oferece.
           
2.3 Políticas de Incentivos a Agricultura Familiar
           
A agricultura familiar “é responsável pela produção dos principais alimentos consumidos pela população brasileira: 84% da mandioca, 67% do feijão; 54% do leite; 49% do milho, 40% de aves e ovos e 58% de suínos” (BANCO DO NORDESTE). Esta grande participação no agronegócio é fomentada através de recursos específicos à agricultura familiar (linhas de crédito) e órgãos técnicos de apoio.

2.3.1 Linhas de Créditos à Agricultura Familiar

Há várias linhas de crédito destinadas à agricultura, dentre elas: Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (MODERFROTA), Programa de Desenvolvimento do Agronegócio (PRODEAGRO), Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais (MODERAGRO), Programa de Apoio à Fruticultura (PROFRUTA), Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (MODERINFRA), Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (PRODECOOP), Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (PRODPFLORA) e Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).
O Pronaf, sem dúvida, é o mais apropriado e utilizado pela agricultura familiar, pois possui as taxas mais baixas do mercado.

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) financia projetos individuais ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O programa possui as mais baixas taxas de juros dos financiamentos rurais, além das menores taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do País (DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO: SECRETARIA DA AGRICULTURA FAMILIAR).

Segue resumo do Pronaf (PLANO SAFRA DA AGRICULTURA FAMILIAR 2012/2013):
Quadro 1: Plano Safra da Agricultura Familiar 2012/2013

2.3.2 Órgãos de Apoio à Agricultura Familiar
           
Foi desenvolvida em parceria com as organizações governamentais e não governamentais de assistência técnica e extensão a PNATER (Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural) em 2003. Orientada pelo Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PRONATER),

a Pnater foi elaborada a partir dos princípios do desenvolvimento sustentável, incluindo a diversidade de categorias e atividades da agricultura familiar, e considerando elementos como gênero, geração e etnia e o papel das organizações governamentais e não governamentais (DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO: SECRETARIA DA AGRICULTURA FAMILIAR).

De acordo com a LEI 12.188/2010 a formulação e supervisão do PRONATER são de competência do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Já a implementação e execução do PRONATER ocorrerá “em parceria com os Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Sustentável e da Agricultura Familiar ou órgãos similares (BRASIL, 2010)”.

Segundo a Asbraer, existem, no Brasil, 27 entidades estaduais de Ater, com 16.671 extensionistas de campo, em 4.596 municípios e 2,8 milhões de famílias de agricultores atendidas (O QUE É ATER?, p.1).

A Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) constitui-se em um serviço gratuito, direcionado à agricultura familiar, de caráter educacional não formal e continuado, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades e serviços agropecuários e não agropecuários. Das principais entidades executoras credenciadas pelo MDA ou pelo INCRA destaca-se a EMATER (Empresa Brasileira de Extensão Rural).

2.4 Viabilidade Econômica
           
A agricultura familiar como um empreendimento deve ser visualizada sob o enfoque da viabilidade econômica. Entende-se por viabilidade econômica a superação dos custos e obtenção de lucro. Conforme DRUCKER (2003), o desempenho econômico deve ser a prioridade, pois a existência de uma empresa só é justificada pelos resultados econômicos que produz independente dos demais resultados que obtiver.
Os fatores que influenciam o desempenho econômico das empresas rurais são classificados em internos e externos, sendo que o último é tido como fatores incontroláveis. No entanto, ambos os fatores devem ser analisados, pois as “análises interna e externa, fatores presentes em praticamente todas as metodologias clássicas de planejamento estratégico, são complementares e igualmente importantes” (BATALHA, 1995, p. 44).
A análise da viabilidade econômica é mensurada através de alguns métodos contábeis, os quais se destacam pelo uso: o Valor Presente Líquido, a Taxa Interna de Retorno e o Custo de Oportunidade. Estes não são os únicos indicadores econômicos, mas são os mais utilizados e difundidos na administração em geral e, inclusive, na rural.
O Valor Presente Líquido representa a concentração de todos os valores esperados de um fluxo de caixa na data zero, utilizando-se para isso uma taxa de desconto: a Taxa Mínima de Atratividade da empresa. Sendo a soma algébrica dos valores descontados, a determinada taxa de juros, do fluxo de caixa a ele associado, traz consigo, como maior dificuldade a escolha de uma taxa de desconto apropriada para cada caso.
Já a Taxa Interna de Retorno é semelhante ao do Valor Presente Líquido, sendo que, no lugar de fixar uma taxa de desconto, esta iguala o Valor Presente Líquido à zero. Esta forma de cálculo permite que o valor atualizado dos benefícios seja igual ao valor atualizado dos custos, tonando-se um método dependente exclusivamente do fluxo de caixa do sistema de produção.
O Custo de Oportunidade da Terra leva em consideração o valor de mercado da terra. É tido como o “aluguel” da terra num determinado período, ou seja, o que ela poderia produzir em outros usos.
Neste escopo será levado em consideração os custos atuais de produção da propriedade e o preço médio de mercado do produto, visto que não é possível prever com exatidão todos os fatores externos.
           
2.5 Principais culturas produzidas na agricultura familiar no Brasil

Devido à dimensão continental e à grande diversidade ambiental é difícil definir quais são as principais culturas praticadas na agricultura familiar, sob pena de se distorcer a realidade local de cada região.
No entanto, a nível nacional, o ranking das principais culturas e sua participação sobre o Valor Bruto de Produção nacional definido pela FAO/INCRA (em 1996) e pela Lei da Agricultura Familiar (2006) é relatado como segue pelo IBGE (Censo Agropecuário 1995/96 e 2006):



Produto
1995/96 – FAO/INCRA
2006 – Lei AF
Mandioca
83,95%
88,3%
Feijões
67,2%
68,7%
Leite de vaca
52,1%
56,4%
Suínos
58,5%
51,0%
Milho
48,6%
47,0%
Arroz
30,9%
35,1%
Cafés
25,5%
30,30%
Trigo
n.d.
20,7%
Ovos
n.d.
17,1%
Soja
31,6%
16,90%

Quadro 2: ranking das principais culturas e sua participação sobre o Valor Bruto de Produção nacional.
Fonte: FRANÇA; GROSSI; MARQUES, 2009, p. 27.

Considerando a pluralidade e grande diversidade de opções sobre o cultivo de muitas variedades na agricultura familiar, torna-se altamente importante definir mais especificamente a vocação de cada comunidade rural para obtenção de um melhor aproveitamento e retorno financeiro.




CAPITULO III
METODOLOGIA







Para elaboração desse estudo científico foram utilizados determinados tipos de pesquisa, instrumentos e análise, de acordo com o público alvo e objetivos, devidamente definidos. A definição da metodologia utilizada é importante para caracterizar a pesquisa como científica, pois “se não houver utilização do método científico, a monografia ou estudo não será considerado científico” (ACEVEDO; NOHARA, 2004, p. 50).
Utilizar-se-á a pesquisa bibliográfica acerca do tema; levantamento de dados estatísticos (através de pesquisa de campo com questionário dirigido) diagnosticando a situação econômica da comunidade; e por fim, a análise qualitativa dessas informações (descritivo-comparativo) estabelecendo o índice de lucratividade.

3.1 Tipo e Descrição da Pesquisa

A pesquisa é tipificada segundo três critérios: por meio de seus objetivos, fontes e procedimentos (RYTHOWEM; OLIVEIRA; FILHO, 2006, p. 33).
Visando atender ao objetivo geral de disponibilizar um instrumento científico para análise comparativa da viabilidade econômica das dez principais culturas praticadas na agricultura familiar do assentamento de Santa Júlia em Novo Progresso-PA, proporcionando então uma fonte de informação segura para a tomada de decisões pelos agricultores sobre o que plantar, opta-se pela pesquisa exploratória (objetivando proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito) e descritivo-comparativa (tendo em vista descrever e comparar os níveis de lucratividade entre as culturas) (RYTHOWEM; OLIVEIRA; FILHO, 2006, p. 34).
Quanto às fontes, esta pesquisa é bibliográfica e de campo. A pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de material publicado, constituído de livros, artigos de periódicos, teses e outros, inclusive com material disponibilizado na internet.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído, principalmente de livros e artigos científicos.
Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente, a partir de fontes bibliográficas (GIL, 2007, p. 65).

Neste interim está incluída a fundamentação teórica concernente à administração como ciência, o agronegócio e mais especificamente a agricultura familiar no Brasil e seus principais aspectos envolvidos.
Em relação aos procedimentos a pesquisa constitui-se num levantamento de dados e estudo de caso. O levantamento de dados será obtido por meio de questionário elaborado a partir dos objetivos específicos, ou seja, visando definir quais as dez principais culturas praticadas na região, levantar os custos (tratos culturais, preparação do solo, insumos, e transporte para comercialização), verificar o tempo que cada cultura depreende para sua produção e identificar o valor médio alcançado pelo produto no mercado.
 O estudo de caso, considerando as especificidades da comunidade de Santa Júlia, representa um universo particular de estudo, mas, cujas generalizações, poderão dar suporte a estudos mais amplos.

O estudo de caso é uma análise profunda de um sujeito considerado individualmente. Às vezes pode-se estudar um grupo reduzido de sujeitos considerados globalmente. Em todo o caso observam-se as características de uma unidade individual, como por exemplo, um sujeito, uma classe, uma escola, uma comunidade, etc. O objectivo (sic) consiste em estudar profundamente e analisar intensivamente os fenómenos (sic) que constituem o ciclo vital da unidade, em vista a estabelecer generalizações sobre a população à qual pertence (BISQUERA apud MELO, 2012, p. 36).

Por fim, pode-se afirmar ainda que quanto à natureza ela é uma pesquisa aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais e possui aspectos quantitativos (levantamento de dados) e qualitativos (análise dos dados e estudo de caso).

3.2 População e Amostra

Conforme Braga,

população é o conjunto de interesse para o problema que se quer estudar. Os objetos que a constituem tem pelo menos um atributo em comum; amostra é um subconjunto finito representativo de uma população (BRAGA, 2010, p. 32).

A população pesquisada corresponde à comunidade do assentamento Santa Júlia ao seu número atual de assentados: duzentos e noventa e nove famílias (sua capacidade total é de trezentas famílias assentadas) (INCRA, 2013, p.307).
Como amostra desta pesquisa foi considerada trinta famílias estabelecidas na comunidade do assentamento de Santa Júlia em Novo Progresso/PA e escolhidas por meio de sorteio. Esse número de famílias, conforme dados do INCRA, correspondem a 10% (dez por cento) do número de famílias na comunidade e representa um número suficiente para o estudo e demonstração da pesquisa.

3.3 Instrumentos de Pesquisa

Os instrumentos utilizados na pesquisa são compostos por visitas às bibliotecas e publicações virtuais por meio da internet, utilização dos softwares Microsoft Word e Microsoft Excel (ambos versão 2010) para formatação da apresentação escrita e tabulação/criação de gráficos resultantes da pesquisa respectivamente e questionário (elaborado a partir do segundo grupo de objetivos específicos).
As visitas às bibliotecas virtuais, bem como artigos e outras publicações científicas se deram no decorrer da pesquisa (nas datas referidas na bibliografia) por dois motivos principais: devido à ausência no município de biblioteca física com acervo literário sobre o tema e pela facilidade e amplitude de acesso à vasta literatura sobre o assunto online, ou seja, acesso a livros, artigos, teses, dissertações, monografias, etc.
Outros instrumentos muito utilizados na elaboração da pesquisa foram os softwares Microsoft Word e Microsoft Excel. O Microsoft Word facilitou a apresentação gráfica (impresso) de toda a pesquisa, inclusive sua formatação final conforme normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas). Já o Microsoft Excel contribuiu na tabulação das tabelas e criação de gráficos resultantes da pesquisa, tornando os dados mais compreensíveis e facilitando sua análise e visualização.
O questionário foi um instrumento fundamental, pois, a partir dele, obtiveram-se os dados relativos às características econômicas e operacionais das famílias pesquisadas. Considera-se o questionário uma,

técnica que possui certo número de questões apresentadas por escrito ao grupo participante utilizada em pesquisa a fim de se obter informações sobre expectativas, sentimentos, etc. e qualquer outro dado que o pesquisador deseja saber para atender o objetivo do estudo realizado (PEREIRA, 2011, p. 72 apud GIL, 2007; OLIVEIRA, 2007).

Para esta pesquisa fez-se essencial a elaboração de questionário próprio, tendo em vista a particularidade e singularidade do grupo abordado e dos dados necessários para compor a avaliação.
O questionário contém cinco questões dirigidas ao agricultor familiar. Portanto, o questionário é composto pelas seguintes indagações:
1. Qual (quais) cultura(s) é (são) praticada(s) e qual tempo médio entre semeadura e colheita de cada uma?
A resposta é dada pelo agricultor sem nenhuma classificação quanto ao número de hectares cultivados, prioridade ou qualquer outro critério. Com a resposta de todos os questionários, verificar-se-á, portanto, quais são as dez culturas que mais se repetem no questionário. Em caso de empate, o critério utilizado para desempate será o maior valor médio do preço alcançado pelo produto no mercado.
2. Qual valor médio alcançado pelo produto no mercado?
Esta questão é dirigida aos agricultores visando o cruzamento dos dados e melhor proximidade com a realidade.
3. Qual o tempo (em dias) empreendido em preparação do solo, plantio e tratos culturais (poda, colheita, etc.)?
A resposta desta questão é dada em dias, o que se converterá em valores monetários (R$) multiplicando-se pelo valor da diária de um trabalhador. O valor da diária é obtido com o seguinte cálculo: valor do salário mínimo dividido por vinte e dois, ou seja, R$ 678,00/22 = 30,81 (para fins desta pesquisa a diária será arredondada para R$ 30,00).
4. Qual o custo de insumos por cultura (semente, adubo, inseticidas, etc.)?
5. Qual o custo do transporte do produto (em quilogramas) da lavoura até a zona urbana (comercialização)?
Estas respostas são importantes para compor o custo total do investimento.
Por fim ressalta-se que mediante respostas coletadas dos agricultores familiares, realizou-se o cruzamento das respostas para encontrar a média, e esta considerada para fins de análise.

3.4 Procedimentos

Os procedimentos da pesquisa se deram em dois momentos: coleta de dados e análise.
3.4.1 Coleta de Dados

Na coleta de dados estão incluídas a pesquisa bibliográfica e aplicação do questionário (pesquisa de campo).
A pesquisa bibliográfica permeou todo o processo de elaboração da pesquisa cuja intensidade maior foi na fundamentação teórica. Através desta pesquisa obteve-se êxito em abordar as principais questões referentes à administração, agronegócio e agricultura familiar, a fundamentação metodológica e, inclusive, suprindo parâmetros para análise dos dados.
Em vinte de maio, em decorrência de visita à comunidade rural do assentamento de Santa Júlia, foi aplicado questionário abrangendo o total de trinta famílias de agricultores rurais (que assinaram autorização e se dispuseram voluntariamente a participar). O questionário foi elaborado visando contemplar os dados necessários à elaboração da pesquisa e na ocasião de sua aplicação foi destacado que o mesmo não possuía nenhum vínculo institucional com outros órgãos, e sim, que se tratava de uma pesquisa acadêmica, de caráter científico e cujas identidades dos entrevistados não seriam reveladas (esse esclarecimento ocorreu com objetivo de evitar quaisquer influências nas respostas).
Por fim, as respostas foram submetidas à tabulação, criação de gráficos e análise dos resultados.

3.4.2 Análise de Dados

A análise dos dados visou diagnosticar a situação econômica da comunidade através da tabulação das respostas do questionário e estabelecer o índice de lucratividade das dez principais culturas praticadas.
O procedimento de análise dos dados adotou os seguintes passos: tabulação e apresentação gráfica dos dados (tendo em vista identificar e classificar as dez principais culturas, seus custos, tempo que cada cultura depreende para sua produção e a identificação do valor médio do mercado) e demonstrar, através da criação do Índice de Lucratividade por Hectare ao Dia, a classificação das dez culturas mais lucrativas no assentamento Santa Júlia.





CAPITULO IV
ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS







Neste capítulo analisam-se as pesquisas e dados colhidos na comunidade agrícola de Santa Júlia, Novo Progresso-PA, inclusive, sua caracterização.

4.1 Caracterização da Comunidade Santa Júlia em Novo Progresso-PA

O município de Novo Progresso-PA está situado à margem da BR-163 (conhecida como Santarém-Cuiabá), sua sede no Km 1.085, a uma latitude 07º08'52" sul e a uma longitude 55º22'52" oeste e altitude de 240 metros acima do nível do mar. Distam 1.639 km da capital do estado e o acesso à cidade se dá através da Rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), sendo a divisa do município com o estado de Mato Grosso a 367 km a sul e a norte a 79 km com o Distrito de Moraes de Almeida, Itaituba-PA. O clima é quente e úmido (equatorial) com temperatura média anual variando de 25º a 28°C. Apresenta pluviosidade média de 2.200mm. As temperaturas mais elevadas ocorrem entre os meses de agosto a dezembro e o período de maior precipitação pluviométrica é entre novembro a abril (IBGE, 2013).
Elevado à categoria de Município pela Lei Estadual nº 5.700, de 13 de dezembro de 1991, com território desmembrado de Itaituba-PA e instalado em 1º de janeiro de 1993 com pouco mais de 5.000 habitantes na época. No censo de 2006 a população constatada foi de 21.504 habitantes (IBGE, 2010).
A principal atividade econômica é a pecuária de corte, incluindo também a indústria madeireira, atividades garimpeiras e agricultura familiar com recentes assentamentos do INCRA. Segundo dados de 2010 do IBGE, Novo Progresso possui (IBGE, 2010):
- 4.125 propriedades rurais;
- 12.047 hectares de área ocupada com culturas agrícolas;
- 1.800 hectares de área ocupada com plantio de arroz;
- 350 hectares de área ocupada com plantio de feijão;
- 120 hectares de área ocupada com plantio de café;
- 9.777 hectares de área ocupada com outros tipos de plantio;
- 400.000 hectares de área ocupada com pastagem;
- 689.450 cabeças de gado;
- 3.405 cabeças de ovinos e caprinos.
A comunidade rural do assentamento Santa Júlia está localizada no município de Novo Progresso-PA, a quarenta e cinco quilômetros da sede. O acesso se dá nos primeiros trinta quilômetros pela BR 163 (que neste trecho está asfaltada) e em seguida pela vicinal Santa Júlia (lado leste da BR 163) nos próximos quinze quilômetros sem asfalto.
A comunidade do assentamento Santa Júlia teve seu início em 07/10/1997 e no ano de 2004 chegou ao seu número atual de assentados: 299 famílias (sua capacidade total é de 300 famílias assentadas). A área de cada lote corresponde a 80 hectares (400 x 2000 metros) podendo ser totalmente cultivada, pois a reserva ambiental é conjunta e externa à área de cada família (o total da área do assentamento é de 28.100 hectares) (INCRA, 2013, p.307).
Atualmente o assentamento Santa Júlia conta com uma escola (Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Presidente Vargas com sete funcionários que oferece à comunidade atendimento matutino e noturno [à noite com educação de jovens e adultos-EJA]) e alguns comércios locais (bares, mercadinhos, etc.). Em relação à saúde, a comunidade não dispõe de serviço, devendo-se, portanto, se dirigir à sede do município para tal atendimento.

4.2 Apresentação dos Dados Iniciais

Neste ínterim apresentam-se, mediante dados coletados em (trinta) entrevistas na comunidade rural do assentamento de Santa Júlia (no município de Novo Progresso-PA), as dez principais culturas praticadas pela agricultura familiar, seus custos, tempo de permanência na terra de cada cultura e o preço médio de mercado.

4.2.1 As Dez Principais Culturas Praticadas no Assentamento Santa Júlia

Dentre as trinta famílias pesquisadas, eis as dez culturas que mais apareceram entre as cultivadas:
Gráfico 1: frequência das culturas cultivadas na amostra.

Observa-se que de acordo com a amostra pesquisada apenas duas culturas (açaí e arroz) não estavam presentes em metade das famílias. Esses dados constatados na amostra revela um resultado confiável para o desenvolvimento do Índice de Lucratividade por Hectare ao Dia.
Outro aspecto observado é o fato de algumas culturas comporem o grupo de culturas permanentes (açaí, laranja e mexerica). Na cultura permanente a análise de custos, especialmente o período de formação (neste caso, em torno de três anos nos três cultivos) será desconsiderado para fins desta pesquisa. A compensação dos custos iniciais de implantação da cultura permanente (a carência entre o tempo de plantio até a primeira colheita) será absorvida com o passar do tempo, pois dispensará futuros custos (de culturas temporárias) como preparação do solo e plantio.
Dois fatores são comuns a todas as culturas: são praticadas de forma bem rústica, sem grande uso de tecnologias atuais como agrotóxicos, adubos químicos, etc. (com exceção da melancia) e; a adaptação de todas as espécies ao clima e relevo local.
Outras culturas apareceram na amostra pesquisada, mas as dez apresentadas atingiram as maiores frequências, não havendo empate com a décima menos frequente e alguma outra. O arroz aparece como a décima menos frequente, segundo os agricultores, devido à dificuldade em manter o nível de produção (sem investimentos em adubos e correção da terra). Já o açaí não é plantado por todos, pois é uma planta nativa da região, e alguns agricultores exploram (colhem) a espécie nativa sem a necessidade de cultivá-la. A mandioca aparece no topo (com 96,66%) dos agricultores, não apenas para cultivo comercial, mas porque é largamente utilizada como alimento da própria família e animais. Abaixo gráfico demonstrativo do percentual das dez principais culturas cultivadas na comunidade Santa Júlia pelos agricultores familiares:
Gráfico 2: percentual das culturas cultivadas na amostra.

4.2.2 Custos das Dez Principais Culturas Praticadas no Assentamento Santa Júlia

Os custos de produção das dez principais culturas praticadas no assentamento rural de Santa Júlia foram levantados considerando cinco etapas: preparação do solo, plantio, tratos culturais, insumos e transporte para comercialização. No gráfico seguinte contemplam-se de forma discriminada os custos de produção de cada cultura em valores monetários (R$):
Gráfico 3: custos de produção por hectare em valores monetários (R$).
Preliminarmente os custos referentes à preparação do solo são os mesmos para todas as culturas, pois não dependem de tecnologias distintas (destocamento, arado, adubação, etc.), e sim apenas da limpeza do solo, estando este apto para o plantio.
No plantio as culturas não permanentes tem seu custo médio em torno de um dia de trabalho (trinta reais) e as permanentes são um pouco mais dispendiosas demandando maior mão de obra (aproximadamente trezentos reais, ou seja, dez vezes mais).
O custo de insumos poderia ter sido desconsiderado, não fosse o constante destaque dos agricultores ao uso de adubo no caso da melancia (nos demais cultivos não são utilizados adubos e nem agrotóxicos).
No custo do transporte para comercialização do produto obteve-se maior diversidade no resultado, devido à produção peculiar de cada cultura (quantidade de quilogramas). Como a distância entre a zona produtora (assentamento Santa Júlia) e a zona de comercialização (sede do município) dista a 45 km (quarenta e cinco quilômetros), o cálculo feito considera o trecho de ida e volta (noventa quilômetros) e o valor do quilômetro percorrido por quilograma (em torno de R$ 0,027).
O custo de tratos culturais, sem dúvida, é o mais notável quanto aos valores e diversidade. Neste item estão incluídas as limpezas (com exceção da limpeza inicial da preparação do solo) realizadas quinze dias após o plantio e em seguida a cada dois meses e à mão de obra utilizada para colheita. Neste custo percebe-se a relação direta do custo de trato cultural e o tempo de produção, ou seja, quanto mais tempo utilizado na produção, maior será seu custo. Eis o resultado obtido dos custos totais por hectare em valores monetários (R$):
Gráfico 4: custos totais de produção por hectare em valores monetários (R$).
Observa-se que o cultivo do abacaxi é o mais dispendioso. Isso se deve ao fato do tempo prolongado de cultivo (730 dias) e a grande necessidade de uso da mão de obra para colheita (em torno de 100 dias). Outras três culturas (banana, laranja e mexerica) configuram entre as mais custosas devido ao tempo necessário para colheita (um ano) e maiores custos no plantio. Como já mencionado, não está sendo considerado para esta pesquisa o tempo de carência (três anos) para início de produção do açaí, da laranja e da mexerica, pois se entende que este custo será absorvido com o tempo (a não necessidade de nova preparação de solo e plantio, pois são culturas permanentes) e a não contabilização deste custo não trará prejuízos ao resultado final da análise.

4.2.3 Tempo de Permanência na Terra das Dez Principais Culturas Praticadas no Assentamento Santa Júlia

O tempo de permanência de ocupação da cultura na terra (tempo de produção) é relevante, pois tem influência diretamente proporcional no custo final da produção e, não menos importante, deve ser considerado o aluguel da terra (custo que muitas vezes o agricultor não contabiliza, e que também é conhecido como custo de oportunidade, pois o tempo em que a terra está ocupada com determinada cultura impede o cultivo de outras).
Gráfico 5: tempo em dias do tempo total despendido para produção de cada cultura.

Com exceção do cultivo do abacaxi (em 730 dias), as culturas permanentes demandam mais tempo para produção (em torno de um ano) em detrimento da demais (em média cem dias).

4.2.4 Preço Médio de Mercado das Dez Principais Culturas Praticadas no Assentamento Santa Júlia

A informação do preço médio do produto (por quilograma) é coletada em vistas a calcular o valor médio final obtido pela produção de cada cultura, ou seja, multiplicando-se o preço médio pela quantidade produzida por hectare, e por fim, obter-se a receita total. Segue o preço por quilograma em valores monetários (R$) praticados no comércio local:
Gráfico 6: preço médio por quilograma praticados pelo comércio local.

O preço médio encontrado é composto pelas variações sazonais (safra e entressafra) dos produtos. Para alcançar montante final (receita bruta) a produção média por hectare de cada produto afetará diretamente o resultado. Segue apresentação do gráfico que revela a produção média por hectare de cada cultura:
Gráfico 7: produção média em quilogramas de cada cultura por hectare.

Como a produção média de cada cultura é bem distinta uma da outra, consegue-se resultado (receita bruta) com valores bem diferentes comparando-se as culturas praticadas no assentamento Santa Júlia. No gráfico seguinte a receita bruta em valores monetários fica evidente como a receita gerada entre as culturas são distintas (com exceção da laranja e da mexerica que possuem praticamente os mesmos resultados):
Gráfico 8: receita bruta em valores monetários (R$) alcançada pelas culturas praticadas.




4.3 Análise e Elaboração do Índice de Lucro por Hectare ao Dia

Os fatores envolvidos na produção das dez principais culturas praticadas no assentamento Santa Júlia pelos agricultores familiares são analisados através do cruzamento de dados, ou seja, a análise dos custos de produção, tempo de ocupação da terra e preço médio do mercado em relação ao lucro obtido. O ILHD (índice de lucro por hectare ao dia) será dado em valores monetários e também em porcentagens, em relação ao produto com maior lucratividade.

4.3.1 Apresentação do Índice de Lucratividade por Hectare ao Dia

O ILHD (índice de lucratividade por hectare ao dia) objetiva auxiliar o agricultor a decidir o que plantar. Analisando as principais variáveis envolvidas na produção (custos, receita e tempo de ocupação da terra) é possível apontar quais culturas são mais lucrativas. Nesse sentido o estabelecimento do ILHD contribui para uma melhor gestão da agricultura familiar, inclusive, no que tange ao uso da terra e mão de obra familiar (que por vezes não é calculado pelos agricultores).
No assentamento rural de Santa Júlia obteve-se o seguinte resultado em valores monetários (R$):
Gráfico 9: ILHD (índice de lucratividade por hectare ao dia) em valores monetários.

Está evidenciada no gráfico acima a lucratividade por dia em valores monetário (R$) de cada cultura por hectare. Portanto, observa-se que o cultivo do abacaxi desponta gerando o lucro diário (por hectare cultivado) de R$ 145,90 (cento e quarenta e cinco reais e noventa centavos). Em seguida, em ordem decrescente estão: laranja e mexerica (empatadas como R$ 115,96), melancia (R$ 103,33), banana (R$ 80,71), mandioca (R$ 75,08), feijão (R$ 37,01), açaí (R$ 26,30), arroz (R$ 13,67) e milho (R$ 2,94). Pode-se também visualizar o índice dado em porcentagens (tomando como referência a cultura com maior lucratividade, no caso aqui, o abacaxi, atribuindo-lhe valor de 100%):
Gráfico 10: ILHD (índice de lucratividade por hectare ao dia) em porcentagens.

De acordo com resultado obtido, o agricultor terá parâmetro para decidir sobre qual cultura propiciará maior lucro por hectare. Deve-se ressaltar preliminarmente que o ILHD é obtido mediante o seguinte cálculo básico: receita bruta menos os custos de produção em um hectare de terra dividido pelo tempo em dias (da ocupação da terra).

4.3.2 Análise dos Custos de Produção X Lucro

Uma das hipóteses consideradas no início da pesquisa e que se configura como verdadeira é que nem sempre a maior produção de uma determinada cultura resultará em maior lucro, pois devem ser contabilizados os custos de tratos culturais, transporte e insumos.
Os custos de produção têm impacto direto sobre o lucro obtido. A cultura do milho, por exemplo, teve mais de 60% de sua receita utilizada para cobrir os custos de produção.



CULTURAS
TOTAL DE CUSTOS
PRODUÇÃO MÉDIA POR HECTARE EM R$
ABACAXI
5.990,00
112.500,00
AÇAÍ
1.598,50
11.200,00
ARROZ
759,60
2.400,00
BANANA
2.039,50
31.500,00
FEIJÃO
669,00
4.000,00
LARANJA
2.672,50
45.000,00
MANDIOCA
1.485,00
15.000,00
MELANCIA
1.200,00
10.500,00
MEXERICA
2.672,50
45.000,00
MILHO
727,20
1.080,00

Quadro 3: custos de produção e produção média por hectare.

Os custos de preparação do solo e plantio são relativamente próximos entre todas as culturas praticadas. O custo do transporte para comercialização será maior ou menor de acordo com a quantidade produzida por hectare em cada cultura, pois o frete (transporte) é calculado em quilograma/quilômetro. O fator que mais contribui para um maior ou menor custo de produção são os tratos culturais que envolvem, principalmente, limpeza e colheita. Os tratos culturais, portanto, por serem responsáveis pela maior variação dos resultados (custos) e por, geralmente, não serem contabilizados pelo agricultor familiar durante o processo de produção (pois utiliza mão de obra própria), é um fator essencial na definição do ILHD, ou seja, na lucratividade de cada cultura.

4.3.3 Análise do Tempo de Ocupação da Terra X Lucro

O tempo de ocupação da terra por dada cultura é um aspecto geralmente negligenciado na gestão da agricultura familiar. Este aspecto precisa ser considerado, pois, o tempo em que a cultura ocupa a terra poderá ser contabilizado como custo de oportunidade (o tempo que dada cultura está no solo impede que outra mais lucrativa seja implementada) ou, outra forma de avaliar, é o aluguel da terra.
Para o estabelecimento do índice de lucro por hectare ao dia não é considerado aluguel da terra ou custo de oportunidade como custo de produção, e sim contabilizado o tempo do uso da terra como divisor do lucro, ou seja, obtêm-se o lucro por dia.
A receita líquida total obtida em determinada cultura pode dar uma falsa impressão de lucratividade ao comparar uma cultura com outra. Por exemplo, pode-se comparar a receita da produção de um hectare entre a melancia e a banana, ambas atingindo respectivamente os valores de R$ 10.500,00 (dez mil e quinhentos reais) e R$ 31.500,00 (trinta e um mil e quinhentos reais), que pode gerar a falsa conclusão de que o cultivo da banana é três vezes mais lucrativo que o da melancia. Aplicando-se o índice de lucro por hectare ao dia observa-se que a melancia é mais lucrativa, pois ao considerar o tempo de uso da terra (melancia 90 dias e banana 365 dias) o valor monetário do lucro por dia é de R$ 103,33 (cento e três reais e trinta e três centavos) para a melancia e de apenas R$ 80,71 (oitenta reais e setenta e um centavos) para a banana.
Portanto, os custos referentes ao uso da terra são facilmente atribuídos proporcionalmente ao calcular-se o tempo que cada cultura depreende para seu ciclo de produção, obtendo-se assim um índice diário equivalente.

4.3.4 Análise do Preço Médio de Mercado X Lucro

O preço médio do mercado é uma variável importante para se projetar o possível lucro de cada cultivo. Ressalvadas as características peculiares da agricultura e da região (como demanda local, sazonalidade, etc.), apenas observando-se o preço médio por quilograma de cada cultivo não é possível apontar qual obtém melhor lucratividade.
Para obter-se a lucratividade de cada cultivo, considera-se o preço médio e a quantidade produzida por hectare. Nesse sentido, uma cultura pode ter um preço maior, mas cuja produção em quilograma por hectare é menor que outra cultura, atingindo-se assim um menor lucro (em detrimento do maior preço).
CAPITULO V
CONCLUSÃO







5.1 Principais Resultados

As pressuposições iniciais quanto ao resultado da pesquisa mostraram-se válidas. Foram consideradas várias questões: o fato que nem sempre a maior produção de uma determinada cultura resultará em maior lucro (pois devem ser contabilizados os custos de tratos culturais, transporte e insumos), a influência que o tempo de ocupação da terra por determinada cultura e o preço médio de mercado têm sobre o resultado da viabilidade econômica e como os valores dos custos e o preço médio de mercado são variáveis de acordo com cada realidade econômico-social, obtendo-se resultados diferentes na aplicação do índice de lucro por hectare ao dia para cada região (mudando de região, as culturas mais lucrativas serão diferentes).
A maior produção em quilogramas por hectare de uma determinada cultura pode não resultar em maior lucratividade, pois esta depende de outras variáveis: tempo de uso da terra, preço médio de mercado e custos de produção.
Outra hipótese confirmada é que, mesmo aparentemente uma cultura sendo mais lucrativa em valores absolutos por hectare, ao distribuir essa mesma lucratividade pelo tempo demandado para a produção da cultura, obtém-se um lucro diário menor que de outras culturas.
Por fim, é plenamente possível afirmar que mudando a localidade analisada (no caso foi o assentamento rural de Santa Júlia em Novo Progresso-PA) o ILHD (índice de lucro por hectare ao dia) será diferente, pois as variáveis que compõe o seu cálculo também são diferentes.




5.2 Análise Crítica Quanto ao Objetivo

O objetivo principal da pesquisa em disponibilizar um instrumento científico (o índice de lucro por hectare ao dia) para análise comparativa da viabilidade econômica das dez principais culturas de uma região na agricultura familiar (neste caso o assentamento Santa Júlia em Novo Progresso-PA), proporcionando uma fonte de informação segura para a tomada de decisões pelos agricultores sobre o que plantar, foi atingido plenamente.
Para alcançar o objetivo geral, através da pesquisa bibliográfica estudaram-se as bases teóricas e conceitos do agronegócio, agricultura familiar, produção e viabilidade econômica, bem como a conceituação do próprio ILHD (índice de lucro por hectare ao dia) e sua utilização.
A pesquisa de campo foi aplicada na amostra com o intuito de definir quais as dez principais culturas praticadas na região, levantar os custos dos tratos culturais e da preparação do solo (mão de obra), dos insumos (semente, adubos, etc.) e transporte para comercialização, verificar o tempo que cada cultura depreende para sua produção e identificar o valor médio alcançado pelo produto no mercado. O levantamento de campo foi bem sucedido em representar a população pesquisada e fornecer dados essenciais à elaboração do índice de lucro por hectare ao dia.

5.3 Limitações

Mesmo atingindo seus objetivos, a pesquisa encontra algumas lacunas que carecem de estudos complementares. Com o propósito principal de fornecer um instrumento científico e racional para a tomada de decisão sobre o que plantar, o ILHD (índice de lucro por hectare ao dia) por si só não deve substituir análise dos demais fatores envolvidos no cenário econômico do agronegócio, particularmente da agricultura familiar.
Dentre os principais fatores que no decorrer da pesquisa foram considerados, para fins da mesma, como aceitáveis e contínuos, encontram-se o preço médio de mercado dos produtos, produção média, clima, solo e demanda.
Em relação ao preço, coletou-se informação dos próprios agricultores sobre o preço praticado e estabeleceu-se a média. Apenas para fins de análise comparativa entre as dez principais culturas sobre o índice de lucratividade o preço médio é suficiente. No entanto, para uma análise completa de viabilidade econômica, faz-se necessário observar que o produto agrícola sofre influência da lei de mercado de oferta e procura, ou seja, que no período da safra a tendência é o preço cair. Neste aspecto, a solução para garantir melhores preços seria estocar o produto para comercializá-lo na entressafra, o que demanda outro estudo, não circunscrito ao tema desta pesquisa.
Outra limitação desta pesquisa que deve ser observada diz respeito à época de plantio de cada cultura. O ILHD (índice de lucro por hectare ao dia) aborda a lucratividade alcançada em cada cultivo relativo ao tempo, ou seja, por dia, mas sabe-se que algumas culturas, especialmente as sazonais (que dependem das estações de chuva, por exemplo), não podem ser cultivadas o ano todo, o que aumentaria o custo de oportunidade no uso da terra (deixando a terra sem uso em uma parte do ano).
Não foi alvo desta investigação a implementação de melhores tecnologias de produção, o que traria, sem dúvida, um resultado totalmente diferente relativo à lucratividade. Reconhece-se a necessidade de implementação de novas tecnologias que otimizem o aproveitamento da área, minimize os desperdícios e aumente a lucratividade, mas foge deste escopo tal estudo e direcionamento.
Outro item que não foi considerado, mas que deve ser levado em conta ao decidir sobre o que plantar é a vocação de cada família e a assistência técnica disponível. Por vocação entendem-se que são aquelas culturas que já são tradicionalmente cultivadas pelas famílias e que, por isto mesmo, já acumulam certo conhecimento e tecnologia. A vocação das famílias pode, tranquilamente, ser mudada se dispuserem de assistência técnica específica para o aprendizado e aperfeiçoamento na implantação de novas culturas (que não são habituais por algumas famílias).
Portanto, o ILHD (índice de lucro por hectare ao dia) é um instrumento que contribui com o agricultor para a tomada de decisão sobre o que plantar, mas não é o único instrumento de gestão e de forma alguma deve ser utilizado isoladamente.

5.4 Direção da Pesquisa

O desenvolvimento do ILHD (índice de lucratividade por hectare ao dia) partiu de uma necessidade (em definir o que plantar para obter melhor lucratividade no uso da terra) de gestão na agricultura familiar, pois não há assistência técnica gratuita voltada para área administrativa, cuja administração é realizada pelos próprios agricultores. Espera-se que esta ferramenta básica e inédita contribua para uma gestão mais racional do uso da terra e resulte em maior lucratividade pelas famílias agricultoras.
Como instrumento indicador o ILHD (índice de lucro por hectare ao dia) não é absoluto, mas relativo, no sentido de compararem-se as dez principais culturas já praticadas em dada região. A cada situação e características locais obter-se-á, sem dúvida, resultados diferente, ajustando-se e aproximando-se da realidade local. Com isso é possível afirmar que é impossível estabelecer um índice como este a nível nacional, pois a discrepância entre o resultado obtido e a realidade seria enorme. Já a nível local, consegue-se aproximar-se bastante da realidade (como um retrato bem focalizado), munindo, assim, os agricultores familiares de mais uma ferramenta administrativa que, associada a outras análises, trarão resultados satisfatórios.
No nível acadêmico é uma pesquisa inédita e, mesmo em seu caráter elementar, traz uma contribuição singular. A consequência esperada é que suscite novas pesquisas neste campo tão carente que é a assessoria administrativa da agricultura familiar no Brasil.




BIBLIOGRAFIA:

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BRAGA, Luis Paulo Vieira. Compreendendo probabilidade e estatística. Rio de Janeiro: E-Papers, 2010.

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APÊNDICES

Questionário

1. Qual (quais) cultura(s) são praticada(s) e qual tempo médio entre semeadura e colheita de cada uma?
Cultura
tempo em dias






























2. Qual valor médio alcançado pelo produto por quilogramas no mercado?
Cultura
valor em R$






























3. Qual o tempo (em dias) empreendido em:
Cultura
Preparação do solo
Plantio
Tratos culturais (poda, colheita, etc.)




























































4. Qual o custo de insumos por cultura? (semente, adubo, inseticidas, etc.)
Cultura
valor em R$
































5. Qual o custo do transporte do produto (em quilogramas) da lavoura até a zona urbana (comercialização)?
Cultura
valor em R$








































Autorização


Eu, ____________________________________________________________, agricultor(a), residente no assentamento Santa Júlia em Novo Progresso-PA, lote ______, portador(a) do RG __________________, ciente de ter participado de uma pesquisa composta de cinco perguntas de cunho acadêmico, autorizo a utilização da mesma para a elaboração da monografia de conclusão de curso sobre o “Índice de lucro por hectare ao dia” do acadêmico Elderson Luciano Mezzomo.


Novo Progresso, 20 de maio de 2013.


_________________________________
Assinatura





ANEXO

LAUDO DE CORREÇÃO GRAMATICAL


Eu, Rosalina Albuquerque Henrique, formada desde 2008 em Licenciatura Plena em Letras (com Habilitação em Língua Portuguesa) pela Universidade Federal do Pará (UFPA), relato que a monografia titulada “Índice de lucro por hectare ao dia: estudo de caso do assentamento Santa Júlia em Novo Progresso-PA” do acadêmico Elderson Luciano Mezzomo foi por mim corrigida de acordo com as regras gramaticais e morfológicas da língua vernácula (idioma português).


Belém, 01 de julho de 2013.

Rosalina Albuquerque Henrique

          

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