Geralmente quando se aborda o tema pedagogia a primeira cena que vem à memória são professores ocupando-se de seus alunos nas salas de aula, no ambiente escolar, mais especificamente nas séries iniciais.
A
AÇÃO DO PEDAGOGO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES
Por Elderson Luciano Mezzomo[1]
Geralmente quando se aborda o tema pedagogia a primeira cena que vem à
memória são professores ocupando-se de seus alunos nas salas de aula, no
ambiente escolar, mais especificamente nas séries iniciais.
No entanto, a atuação do pedagogo não está restrita apenas a ambientes
escolares, mas engloba toda atividade de ensino que incluem: empresas e órgãos
públicos (formação contínua), hospitais (processo educacional de pacientes
internados), terceiro setor (coordenação de projetos de natureza educativa),
meios de comunicação (em produções como programas educacionais) e até indústrias
de brinquedos (pesquisa e classificação da faixa etária de brinquedos
educativos).
Diante deste leque de ação do pedagogo, convém compreender
elementarmente o conceito de pedagogia e da ação educacional em ambiente não
escolar.
A origem do termo pedagogo é bem antigo, remonta da Grécia antiga das
palavras
“paidós (criança) e agogé
(condução). No decurso da história do Ocidente, a Pedagogia firmou-se como
correlato da educação é a ciência do ensino. Entretanto, a prática educativa é
um fato social, cuja origem está ligada à da própria humanidade. A compreensão
do fenômeno educativo e sua intervenção intencional fez surgir um saber
específico que modernamente associa-se ao termo pedagogia. Assim, a
indissociabilidade entre a prática educativa e a sua teorização elevou o saber
pedagógico ao nível científico. Com este caráter, o pedagogo passa a ser, de
fato e de direito, investido de uma função reflexiva, investigativa e,
portanto, científica do processo educativo.” (PEDAGOGIA, Wikipedia)
Na atualidade, a atuação do pedagogo é imprescindível ao desenvolvimento e progresso da
sociedade, especificamente ao meio científico, pois “o objeto próprio da ciência
pedagógica é o estudo e a reflexão sistemática sobre o fenômeno educativo,
sobre as práticas educativas em todas as suas dimensões.” (LIBÂNEO, 2006)
A prática educativa não está restrita
apenas aos ambientes escolares, mas, cada dia mais, aos demais ambientes, cuja
atuação torna-se imprescindível. O principal deles é o empresarial o qual
contempla conhecimentos e
competências necessárias à melhoria da produtividade do funcionário. As habilidades
“são na qualificação,
requalificação e treinamento dentro da empresa, nas atividades como coordenar
equipe multidisciplinar, gerar mudanças culturais e acompanhar o desempenho do
funcionário.” (PEDAGOGIA, Wikipedia)
Além da atuação empresarial, o pedagogo pode atuar
em organizações sociocomunitárias ou socioassistenciais, chamado educador
social ou socioeducador, tendo, inclusive, reconhecimento como Trabalhador da
Assistência Social (S.U.A.S.) pelo CNAS - Conselho Nacional de Assistência
Social na área de gestão e operacional. Seu foco está na socialização do
sujeito, em atividades como crianças abandonadas, orientação profissional e
atenção aos direitos da terceira idade.
Já o pedagogo hospitalar atende às necessidades
educacionais de pacientes (crianças) hospitalizados. Tem seu foco na promoção
da qualidade de vida dos pacientes e em propiciar o acesso à educação.
“Há ainda espaços não-escolares para a atuação profissional do pedagogo na
área de educação para o transito, para a saúde, ambiental ou para o
meio-ambiente, educação fiscal, educação civica e política, desportiva, para e
pelo trabalho, etc.” (<http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedagogia>)
A atuação fora do ambiente escolar, mesmo sendo uma
demanda crescente da sociedade, não pode ocorrer sem reflexão. Quando se pensa
lugares fora da escola e que existe um processo educativo,
“acreditamos
ser incoerente, neste momento, nos centrarmos somente em aspectos metodológicos
de ensino-aprendizagem. Ou seja, o trabalho educacional e pedagógico precisa
contemplar as relações ensino aprendizagem, mas é necessário também refletir
sobre as questões políticas e os conhecimentos que perpassam as práticas educacionais.
É preciso que os conhecimentos respeitem as diferenças culturais e a condição
de vida dos sujeitos que nela estão envolvidos na educação.” (PAULA, 2009).
Nesse sentido, o pedagogo enfrenta um
grande desafio: contextualizar sua prática (metodologia, objetivos e
planejamento) de forma a atender realmente a necessidade educativa de
determinados setores sociais.
Não se trata de uma novidade o
exercício educacional fora de ambientes escolares (o primeiro apontado é o
familiar), mas a cientificidade e a relevância que está sendo exigida da
pedagogia (dos pedagogos) em ambientes não escolares é algo contemporâneo.
Diante deste quadro percebem-se duas grandes oportunidades: estabelecer uma
reflexão profunda e desenvolvimento da prática pedagógica e; firmar a pedagogia
como ciência fundamental à estrutura social (não podendo restringir-se apenas a
ambientes escolares).
Bibliografia
LIBÂNEO, José Carlos. Diretrizes curriculares da
pedagogia: imprecisões teóricas
e concepção estreita da formação profissional de educadores. Campinas, vol. 27,
n. 96 - Especial, p. 843-876, 2006.
LIBÂNEO, José Carlos; PIMENTA, Selma Garrido. Formação de profissionais
da educação: Visão crítica e perspectiva de mudança. Campinas, Educação &
Sociedade, ano XX, nº 68, Dezembro/1999.
FREITAS, Helena Costa Lopes de. A reforma do Ensino Superior no campo da
formação dos profissionais da educação básica: As políticas educacionais e o
movimento dos educadores. Educação &
Sociedade, ano XX, nº 68, Dezembro/1999.
PEDAGOGIA. Acessado em 12/07/2012, disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedagogia>.
PAULA, Ercília Maria Angeli Teixeira de; MACHADO, Érico Ribas.
Pedagogia: concepções e práticas em Transformação. Educar, Curitiba, n. 35, p. 223-236, 2009. Editora UFPR.
[1]
Acadêmico do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia do IFPA (Instituto
Federal do Pará), campus Itaituba. Disciplina: Vivência na Prática Educativa V.
Professor: Adelson de Sousa Araújo.