Kaiser em seu prefácio expõe o pressuposto sobre o qual está baseada sua teologia: que “os próprios escritores, por meio de referências explícitas, alusões e suposições inferidas colocavam suas mensagens contra um pano de fundo de uma teologia acumulada”[1], havendo, segundo ele, uma unidade teológica no Antigo Testamento, cujo centro pode ser demonstrado em cada período do cânon como a “promessa”.[2]
Seminário Teológico Batista Equatorial
Resumo do livro: Teologia do Antigo Testamento
De Walter C. Kaiser, Jr.
Por Elderson Luciano Mezzomo
Rurópolis, 2004
Seminário Teológico Batista Equatorial
Curso de Mestrado em Teologia
Por Elderson Luciano Mezzomo
Resumo do livro: Teologia do Antigo Testamento
Kaiser, Walter C., Jr. 2ª ed., trad. por Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 1997.
Resumo apresentado à disciplina
História da Revelação Cristã,
como requisito de avaliação orientado pelo professor
Dr. Paul Lambach
Sumário
Sumário 03
Prefácio 04
Parte I – Definição e método 04
Capítulo 1 – A Importância da Definição e Metodologia 04
Capítulo 2 – A Identificação de um Centro Teológico Canônico 04
Capítulo 3 – O Desenvolvimento de um Esboço para a Teologia do Antigo Testamento 05
Capítulo 4 – As Conexões Através das Épocas Históricas dos Temas Emergentes 05
Parte II – Materiais Para Uma Teologia Do Antigo Testamento 05
Capítulo 5 – Prolegômenos à Promessa: A Era Pré-patriarcal 05
Capítulo 6 – Provisões na Promessa: A Era Patriarcal 06
Capítulo 7 – O Povo na Promessa: A Era Mosaica 06
Capítulo 8 – O Local da Promessa: A Era Pré-monárquica 06
Capítulo 9 – O Rei da Promessa: A Era Davídica 07
Capítulo 10 – A Vida na Promessa: A Era Sapiencial 07
Capítulo 11 – O Dia da Promessa: Século Nono 07
Capítulo 12 – O Servo da Promessa: Século Oitavo 08
Capítulo 13 – A Renovação da Promessa: Século Sétimo 08
Capítulo 14 – O Reino da Promessa: Os Profetas do Exílio 08
Capítulo 15 – O Triunfo da Promessa: Os Tempos Pós-exílicos 09
Parte III – A Conexão Com A Teologia Do Novo Testamento 09
Capítulo 16 – O Antigo Testamento e o Novo Testamento 09
Prefácio
Kaiser em seu prefácio expõe o pressuposto sobre o qual está baseada sua teologia: que “os próprios escritores, por meio de referências explícitas, alusões e suposições inferidas colocavam suas mensagens contra um pano de fundo de uma teologia acumulada”[1], havendo, segundo ele, uma unidade teológica no Antigo Testamento, cujo centro pode ser demonstrado em cada período do cânon como a “promessa”.[2]
Parte I – Definição e método
Capítulo 1 – A Importância da Definição e Metodologia
Aqui Kaiser destaca a importância da definição e do método, definindo a teologia do Antigo Testamento como uma revelação progressiva sempre vinculada ao tronco principal, “um crescimento epigenético, i e., havia um crescimento do registro dos eventos, significados e ensinamentos no decurso do tempo, em redor de um centro fixo”.[3] Depois de expor os quatros principais métodos (estrutural, diacrônico, lexicográfico e temático), e afirmar que seu propósito é “fazer uma forte distinção entre o método da teologia bíblica e o da sistemática e o da história das religiões”[4], procura propor um novo método (não seria o [uni]temático ?!) com um “centro ou plano interior ao qual cada escritor conscientemente contribuía”[5] – a promessa.
Capítulo 2 – A Identificação de um Centro Teológico Canônico
Depois de identificar a problemática e até a relutância por parte de alguns teólogos em definir um centro, o autor propõe que “a promessa” é o centro unificador do Antigo Testamento, como base toma o testemunho do Novo Testamento, bem como passagens chaves na qual julga estar clara a intenção dos autores (dentre outras: Gn 3:15; 9:25-27; 12:1-3).
Capítulo 3 – O Desenvolvimento de um Esboço para a Teologia do Antigo Testamento
Neste capítulo é esboçado o Antigo Testamento em forma de “eras” ao redor do tema “promessa”, que também é utilizado como esboço do livro na parte II (por esse motivo não será descrito aqui o esboço, pois ele será abordado no decorrer do resumo).
Capítulo 4 – As Conexões Através das Épocas Históricas dos Temas Emergentes
Kaiser procura demonstrar a ligação entre as eras e sua continuidade, como por exemplo, a ligação de Gn 1-11 a 12:1-3, baseada na repetição da palavra “bênção”, concluindo que é possível “discernir a atuação dos próprios escritores bíblicos em fazerem as conexões entre os vários blocos de material e seções da história de Israel”.[6]
Parte II – Materiais Para Uma Teologia Do Antigo Testamento
Capítulo 5 – Prolegômenos à Promessa: A Era Pré-patriarcal
Este capítulo é marcado pelas “bênçãos” para Adão e Eva no Jardim, para Noé e Abraão. No Jardim a bênção se encontra no fato de serem a “imagem de Deus”, com os aspectos de “multiplicar-se” e “dominar” sobre a terra, como argumenta, “juntamente com os temas de pecado/julgamento, veio uma palavra nova, com respeito a um descendente (3:15), uma raça entre a qual Deus habitaria (9:27), e a bênção das boas novas oferecidas a cada nação sobre a face da terra (12:3)”.[7]
Capítulo 6 – Provisões na Promessa: A Era Patriarcal
Nesta era a característica marcante é a sucessão de indivíduos que receberam a eleição para “bênçãos pessoais de alcance mundial, Abraão, Isaque e Jacó vieram a ser marcas de uma nova fase de bênção divina acumulada”.[8] São descritos os cinco tipos de revelação (“veio a Palavra do Senhor”, teofanias, Anjo do Senhor, sonhos e visões) e, também, o conteúdo da promessa: a descendência (única e coletiva), a terra prometida e a fonte de bênção (pela fé), bem como a significativa presença de Deus num relacionamento pessoal e a promessa de um rei.
Capítulo 7 – O Povo na Promessa: A Era Mosaica
Em Ex 1:7 é feita uma alusão ao cumprimento da bênção de Gn 1:28 2 35:11: os descendentes realmente “foram fecundos”, “aumentaram muito”, “se multiplicaram” e “grandemente se fortaleceram”. “A descendência, porém, agora era mais que uma mera família; era um povo, uma nação”[9], e esta nação inteira “reafirmaria os atos de Deus, como confissão: ‘Javé libertou Seu povo do Egito’ ”[10]. A filiação divina de Israel é expressa num relacionamento como “Meu Primogênito”, “Minha Possessão”, uma nação de “Sacerdotes Reais” e uma “Nação Santa”, com sua teologia girando em torno da redenção, da moralidade e da adoração, e com a promessa de que Deus lhes daria o “descanso”.
Capítulo 8 – O Local da Promessa: A Era Pré-monárquica
A promessa que se cumpriu em Moisés também é genérica, pois ele reconheceu que sua obra era incompleta, tendo em vista outro profeta que seria: um israelita, semelhante a Moisés e com autoridade. Aproveitando o resumo do próprio autor: “a teologia deste período continuou sendo a herança da terra e o “descanso” no qual Israel entrou mediante a fé. (...) O povo seguia em obediência ou arrependimento – ou em colapso total. A promessa de Deus, porém, continuou a sobreviver na casa de Davi independentemente da inaptidão presente de todos os lados.”[11]
Capítulo 9 – O Rei da Promessa: A Era Davídica
O Rei da promessa, depois de tentativas usurpadoras e rejeição da parte de Deus, chega plenamente em Israel como “Soberano Ungido”, recebendo a promessa em 2 Samuel 7 que deve “ser classificada entre os mais brilhantes momentos da história da salvação”.[12] A Dinastia prometida incluía “uma casa”, “um descendente”, “um reino” e “um Filho de Deus” que acabou se tornando a “carta magna da humanidade” e tudo “girava em torno do plano de Deus para o trono e reino de Davi. No meio da tragédia e fracasso dos homens, o propósito e a promessa de Deus sempre avançavam, inexoravelmente”.[13]
Capítulo 10 – A Vida na Promessa: A Era Sapiencial
O aspecto principal da vida na promessa é o “temor a Deus” e a “vida no Senhor”, com sua “sabedoria da parte do Senhor” e a certeza de se encontrar com Deus para prestar contas. Portanto, “qualquer ato de qualquer significado teria de ter seu início numa atmosfera de confiança na prometida ordem divina das coisas, ou seja, no temor de Deus”.[14]
Capítulo 11 – O Dia da Promessa: Século Nono
Nesse período, “tanto a ‘casa’ de Davi como o templo de Salomão tinham sido estabelecidos, a promessa de Deus tinha chegado a um planalto provisório no seu desenvolvimento”[15]. Os profetas focalizariam o “plano e o reino de Deus” que abrangiam o mundo, e passariam por momentos de crise que levavam às exortações, e em decorrência, profetizariam sobre a vinda do “Dia do Senhor” como julgamento sobre o pecado e libertação (com derramamento do Espírito). Embora “os eventos dos próprios tempos deles se encaixem no padrão do julgamento futuro de Deus, aquele dia final era, não obstante, incomensuravelmente maior e mais permanente nos seus efeitos salvadores e julgadores”.[16]
Capítulo 12 – O Servo da Promessa: Século Oitavo
Kaiser afirma haver uma “intensa atividade profética, divinamente inaugurada, mormente para advertir o reino do norte da sua iminente destruição caso não se arrependesse nem invertesse o seu modo de viver”.[17] A ênfase continua sendo o arrependimento do povo e o amor de Deus que quer reedificar a “casa de Davi”, que envia Jonas aos gentios e controla tudo como “O Soberano de Israel”. Nesse ínterim é profetizado sobre o “Renovo de Jessé”, o “Emanuel” e “A Pedra Angular” que caminharia para o fim da história.
Capítulo 13 – A Renovação da Promessa: Século Sétimo
Este século “foi o grande momento de destruição iminente para a nação; mesmo assim, no meio das advertências fiéis dos servos de Deus, veio uma série de promessas de esperança, das mais espetaculares”.[18] Há a renovação da promessa com a “Nova (reformada) Aliança”, marcada pela volta à missão aos gentios, advertência sobre o “Dia do Senhor” e a necessidade de “o justo viver pela fé”.
Capítulo 14 – O Reino da Promessa: Os Profetas do Exílio
Jerusalém, em cumprimento às profecias, caíra, e o povo foi levado ao cativeiro babilônico, tendo sua ênfase agora sobre “a libertação e o novo nascimento de Israel, o povo de Deus”.[19] As profecias enfatizariam o “reino do Bom Pastor”, a “glória de Javé” com o “novo reino davídico” e um Israel “purificado” e “restaurado” depois de vencer a tirania do “antimessias”. O Messias facilmente “venceria aquele maligno, introduziria Seu próprio reino, e daria aquele domínio reto e eterno para Seus ‘santos’, muitos dos quais Ele ressuscitaria corporalmente”.[20]
Capítulo 15 – O Triunfo da Promessa: Os Tempos Pós-exílicos
Em cumprimento à profecia o povo, com “a permissão do rei da pérsia, Ciro”, “voltou a Jerusalém, sob a liderança de um representante da casa real davídica”.[21] As promessas são reafirmadas e experimentadas, com destaque para o “Herói conquistador de Deus”, o “Meu Servo o Renovo, a Pedra”, o “Rei da Humildade e Retidão” e especialmente “Aquele Dia Final de Vitória”, com a palavra do cronista deixando “claro que toda a humanidade foi afetada pela enormidade da obra escatológica de Deus”.[22]
Parte III – A Conexão Com A Teologia Do Novo Testamento
Capítulo 16 – O Antigo Testamento e o Novo Testamento
Neste último capítulo Kaiser dá uma palavra final sobre a conexão do Antigo e do Novo Testamento que podemos resumir em duas palavras: promessa e aliança. Uma parte da citação de Willis J. Beecher feita por Kaiser afirma que: “Deus deu uma promessa a Abraão, e, através dele, à humanidade inteira; uma promessa eternamente cumprida e se cumprindo na história de Israel; e principalmente cumprida em Jesus Cristo, sendo Ele aquilo que é principal na história de Israel”.[23] Ele desenvolve a idéia de revelação progressiva, e conclui que o Novo Testamento está baseado nas promessas do Antigo, e que, ainda permanece “a expectativa de uma herança futura que também concluirá a promessa de Deus com uma nação de Israel vivificada, o reino de Deus, e os novos céus e a nova terra”.[24]