Este é um projeto de ensino que será aplicado na 1ª Igreja Batista de Rurópolis com a finalidade de levar as pessoas que iniciam sua fé em Cristo a compreenderem as principais doutrinas Bíblicas contidas na “Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira”.
Este projeto também suprirá a necessidade de fornecer subsídios à caminhada dos novos cristãos e à sua integração na vida da igreja.
Seminário Teológico Batista Equatorial
Projeto de ensino para a igreja local
Aplicado e Refletido
Por
Elderson Luciano Mezzomo
Rurópolis
2003
Seminário Teológico Batista Equatorial
Curso de Mestrado em Teologia
Por Elderson Luciano Mezzomo
Projeto de ensino para a igreja local
Aplicado e Refletido
Trabalho apresentado à disciplina
Metodologia do Ensino Superior,
como requisito de avaliação orientado pelo professor
Dr. Dirk Jurgen Oesselmann
Rurópolis
2003
Sumário
Sumário 03
Apresentação 04
I. Pressupostos básicos 05
1. Pressupostos do aluno 05
2. Pressupostos do ensino 06
II. Metodologia de Ensino 07
1. Competências 07
2. Habilidades 07
III. Avaliação 09
Conclusão 10
Relatório (Em Anexo)
Apresentação
Este é um projeto de ensino que será aplicado na 1ª Igreja Batista de Rurópolis com a finalidade de levar as pessoas que iniciam sua fé em Cristo a compreenderem as principais doutrinas Bíblicas contidas na “Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira”.
Este projeto também suprirá a necessidade de fornecer subsídios à caminhada dos novos cristãos e à sua integração na vida da igreja.
I. Pressupostos Básicos
Para a apresentação desse projeto partiu-se de alguns pressupostos. Esses pressupostos serão divididos em duas categorias para sua explanação: quanto ao aluno e quanto ao ensino.
1. Pressupostos do aluno
Quanto aos pressupostos do aluno, serão levados em conta: sua origem social/educacional, sua visão cultural/doutrinária, sua recente conversão ao cristianismo, e, a partir disso, será aplicada a metodologia que leve em consideração estes fatores.
1º Origem social/educacional:
Os alunos são pessoas que procedem de várias camadas sociais, bem como de vários níveis educacionais. Haverá, portanto, grande flexibilidade na aplicação do ensino devido a falta de condições em formar um grupo homogêneo.
2º Visão cultural/doutrinária:
Como o grupo é formado por pessoas de diversas origens, cada uma delas possui um tipo de formação e visão de mundo, especialmente em relação à vida cristã, que deverá ser levado em conta.
3º Recente conversão ao cristianismo:
Este é o principal fator comum entre os alunos e a razão do seu interesse pela disciplina. O pressuposto é que todos estão naturalmente dispostos e abertos a mudanças em sua cosmovisão e a transformações em suas vidas e conceitos, o que facilitará, em parte, a assimilação da matéria.
2. Pressupostos do ensino
Através do ensino espera-se que haja uma mudança de cosmovisão e compreensão da nova maneira de viver que foi adotada pelo recém convertido. As doutrinas batistas a serem ensinadas são essenciais para essa transformação, bem como o processo de ensino-aprendizagem.
O ensino levará em conta os pressupostos do aluno para que a matéria tenha relevância e alcance assim sua finalidade, que se desdobram em:
1º Integrar-se à igreja e à sua nova vida em Cristo.
2º Desenvolver um senso crítico quanto às várias e diferentes visões doutrinárias em seu contexto, aprendidas ou que venha encontrar.
3º Desenvolver a capacidade de aplicar esse conhecimento no seu dia-a-dia de forma prática e relevante.
II. Metodologia de Ensino
Partindo dos pressupostos acima, a metodologia irá privilegiar o aluno e o conteúdo, pois o objetivo é trabalhar a vida do aluno e sua relação com o mundo através do conhecimento doutrinário que obterá. Portanto, o processo metodológico enfatizará tanto o conteúdo (o que ele precisa saber), quanto a prática (o que ele deve fazer com esse conteúdo):
1. Competências - o que ele precisa saber.
O aluno será conduzido a aprender:
1º Distinguir seus conceitos ou bagagem teológica aprendida durante sua vida antes da conversão, refletindo e analisando-as à luz do novo conhecimento.
2º Conhecer as doutrinas batistas, e, a partir delas, refletir e mudar a sua visão.
3º Conviver com os demais respeitando as diferentes opiniões.
2. Habilidades - o que ele precisa fazer.
O aluno deverá ser capaz de:
1º Refletir as diferenças e semelhanças de sua bagagem teológica nos estudos de caso.
2º Compreender as doutrinas batistas e aplicá-las no seu cotidiano.
3º Aplicar seu conhecimento em sua nova relação como cristão, com os demais cristãos e em seu círculo de relacionamento no dia-a-dia.
As aulas terão durabilidade de uma hora semanal, e o curso todo vinte horas, sendo uma hora para a aula inaugural e as demais dezenove horas para estudar os dezenove artigos da “Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira”. A classe será formada pelo número mínimo de sete alunos e no máximo vinte.
ð Na aula inaugural será abordada a vida do aluno com sua história e aprendizagem, gerando uma maior identidade no grupo, como respostas as seguintes perguntas:
1º Como era sua experiência religiosa antes da sua conversão?
2º Como se deu sua conversão?
ð Nas primeiras nove aulas (após a aula inaugural) será utilizada a abordagem de estudo de caso, sempre que possível usando exemplos colhidos na aula inaugural, senão, serão desenvolvidos pelo professor exemplos que tenham a ver com o ponto a ser estudado;
ð As dez aulas restantes serão sorteadas entre grupos de alunos que terão de apresentar um estudo de caso aplicando o artigo de fé, deixando vinte minutos para comentário dos colegas e do professor.
As atividades em grupo, na apresentação de estudo de caso, deverão ser elaboradas pelos alunos extraclasse, o que propiciará um crescimento de sua intimidade e desenvolvimento na sua relação com os demais.
Após o término do curso espera-se que o aluno tenha fixado os princípios básicos estudados e, principalmente, aprendido a aplicá-los em seu viver, estando apto a dizer a razão de sua fé.
III. Avaliação
A avaliação do curso se dará pelo desenvolvimento e envolvimento do aluno, visando não apenas o conteúdo aprendido, mas a maneira do aluno lidar com esse conteúdo em relação ao seu próximo e sua aplicação, seguindo para isso os seguintes critérios de avaliação:
1. Participação em debate – que levará em conta o aumento da intimidade com o grupo com o passar do tempo, que deverá aumentar;
2. Capacidade de formular pensamentos próprios;
3. Compreensão de conceitos chaves;
Para seguir esses critérios na avaliação do aluno, serão utilizados os seguintes métodos de avaliação:
1. Participação em sala:
O aluno deverá participar com os demais em discussões e na apresentação de estudos de casos, tanto na sua elaboração como na apresentação.
2. Exposição sistematizada de idéias:
Nos estudos de casos o aluno deverá ser capaz de expor suas idéias respeitando as demais, propor soluções e alternativas que se encaixam com as doutrinas bíblicas estudadas.
3. Apresentação por escrito:
1º No final do curso será solicitado ao aluno que descreva os principais pontos que ele fixou nesse curso;
2º Que dê um exemplo de algo que mudou no seu dia-a-dia;
3º E que ele mesmo diga que nota, na própria opinião, merece (de um a cinco).
Conclusão
As demais necessidades metodológicas que porventura surgirem na aplicação deste projeto serão solucionadas no decorrer do processo ensino-aprendizagem pelo professor, que, de acordo com seu grupo de alunos, terá a liberdade de adaptá-lo melhor à sua realidade.
No final será feito um relatório reflexivo da aplicação do projeto com destaque às suas imperfeições que precisam ser melhoradas e às suas novas alternativas que porventura surgirem em sua aplicação.
Relatório do Projeto de ensino para a igreja local
Por Elderson Luciano Mezzomo
A aplicação desse projeto se deu no período de 20/07 à 30/11 de 2003 na 1ª Igreja Batista de Rurópolis. Contando com a participação de 16 alunos, o projeto trouxe um resultado muito positivo: uma maior integração dos novos crentes à igreja e uma maior firmeza doutrinária, que se reflete na vida desses alunos.
No entanto o projeto sofreu algumas dificuldades em sua implementação:
1º Por se tratar de um grupo bastante homogêneo, de diferentes idades (de 14 a 33 anos) e formações, a aula inaugural foi difícil de se conduzir, em vista de pouco tempo disponível (uma hora), uns queriam falar muito enquanto outros se mantinham tímidos. Mesmo com tudo isso a aula foi rica, funcionando como uma base onde se estabeleceu um relacionamento mais estreito entre os participantes e fornecendo subsídios para o restante do curso.
2º A partir da segunda aula, onde se iniciou o estudo de casos com a aplicação dos artigos de fé, a maior dificuldade foi a de contextualizar o conceito doutrinário e mostrar sua relevância na vida dos novos crentes. Essa dificuldade foi devido, principalmente, às diferentes experiências de vida de cada um, e o desafio do professor foi demonstrar a importância de determinada experiência que, para alguns era muito relevante e, para outros, um pouco sem sentido. Felizmente essa dificuldade foi desaparecendo com o estreitamento dos laços de amizade entre os alunos, que passaram a apreciar aquela experiência do colega, e, com isso, se interessando em analisá-la aplicando o artigo de fé e comparando com suas próprias experiências.
3º Na décima aula quando começou a apresentação dos grupos para estudo de caso e aplicação dos artigos de fé, surgiram basicamente dois problemas:
ð o primeiro foi a dificuldade em se reunirem extraclasse, por causa de suas incompatibilidades de horários, o que foi contornado pelos próprios alunos, levando-os a se conhecerem melhor e a passar mais tempo juntos, estreitando assim o relacionamento entre eles;
ð o segundo problema se deu na apresentação dos trabalhos em grupo, onde os alunos foram bastante concisos, chegando a apresentar em quinze ou vinte minutos os trabalhos (foi estipulado quarenta minutos), surpreendendo o professor nas primeiras apresentações, que recorreu a perguntas ao grupo para aprofundamento do tema, para depois abrir o tema para debate em turma. Gradativamente os grupos foram se soltando e os demais participantes se tornaram mais participativos, tornando a aula bastante agradável.
A avaliação final dos alunos teve nota 4,5 (na contagem de 1 a 5), o que trouxe grande alegria aos alunos e ao professor.
O curso também trouxe um resultado inesperado: o interesse dos alunos por literaturas teológicas.