José Carlos Libâneo faz uma reflexão sobre o papel do professor e sua profissão face às novas exigências da sociedade. Esta reflexão está dividida em três abordagens: a primeira sobre as novas exigências educacionais contemporâneas e as novas atitudes docentes; a segunda sobre as novas tecnologias da comunicação e informação (a escola e os professores); e, por fim, aborda sobre a qualidade de ensino e sistema de formação inicial e continuada de professores.
RESUMO DO LIVRO:
ADEUS PROFESSOR,
ADEUS PROFESSORA?
NOVAS EXIGÊNCIAS
EDUCACIONAIS E PROFISSÃO DOCENTE
Por
Elderson Luciano Mezzomo
Professora:
Mirlen Celiane Lima Aguiar
Novo Progresso - PA
Janeiro de 2011
RESUMO
LIBÂNEO,
José Carlos. Adeus Professor, Adeus Professora? Novas exigências
educacionais e profissão docente.
Cortez Editora.
José Carlos Libâneo faz
uma reflexão sobre o papel do professor e sua profissão face às novas
exigências da sociedade. Esta reflexão está dividida em três abordagens: a
primeira sobre as novas exigências educacionais contemporâneas e as novas
atitudes docentes; a segunda sobre as novas tecnologias da comunicação e
informação (a escola e os professores); e, por fim, aborda sobre a qualidade de
ensino e sistema de formação inicial e continuada de professores.
O autor destaca a
importância da contextualização entre o professor e seu tempo, sobre a questão
da escolarização e o novo paradigma produtivo (a necessidade de desenvolver uma
teoria crítica que “não pode, pois, ignorar as conexões entre educação e
economia”), sugere algumas objetivos a serem alcançados: preparação para o
mundo do trabalho, formação para a cidadania crítica, preparação para a
participação social e a formação ética. Trata também da nova escola que deve
ser um espaço sintetizador da sociedade, mas também reflexivo. Inclui ainda as
novas atitudes docentes, as quais o profissional deve assumir “o ensino como
mediação: aprendizagem ativa com a ajuda pedagógica do professor”, modificar a
idéia de “uma escola e de uma prática pluridisciplinares para uma escola e uma
prática interdisciplinares”, conhecer estratégias do “ensinar a pensar, ensinar
a aprender a aprender”, persistir “no empenho de auxiliar os alunos a buscarem
uma perspectiva crítica dos conteúdos”, desenvolverem capacidade comunicacional
reconhecendo o impacto das novas tecnologias de informação na sala de aula, respeitar
a diversidade cultural e investir na atualização científica, técnica e cultural.
Para que tudo isso seja possível, ele propõe o seguinte caminho:
“resgatar
a profissionalidade do professor, redefinir as características da profissão,
fortalecer as lutas sindicais por salários dignos e condições de trabalho. É
preciso, junto com isso, ampliar o leque de ação dos sindicatos envolvendo
também a luta por uma formação de qualidade, por uma cultura do
profissionalismo, de modo que a profissão ganhe mais credibilidade e
dignidade profissional. É preciso, também, uma ligação maior da formação que se
realiza na faculdade com a prática das escolas, trazendo os professores em
exercício para a universidade,para discussão de problemas comuns. Seria
fundamental que em cada escola os professores formassem uma equipe unida,
centrando a organização dos professores no local de trabalho, em tomo de
projetos pedagógicos.” Pg 21
O tema das novas tecnologias da comunicação e
informação é tratado com o imperativo de realizar-se uma “leitura pedagógica
dos meios de comunicação”. A mudança de visão sobres os meios de comunicação,
sem negligenciar seu forte papel pedagógico na sociedade, deve ser visto agora
como um aliado. É considerado algumas relações problemáticas entre as novas
tecnologias de comunicação e informação e a educação, tais como a questão
“desescolarização”, a substituição da relação docente pelas tecnologias e o
impacto (resistência) que tem causado entre os educadores. É proposto, então,
que esta integração seja feita de forma reflexiva, e que se capacite, de fato,
os professores a usufruírem e lidarem positivamente com a tecnologia de
informação. Nas palavras do próprio LIBÂNEO:
A didática contemporânea não
pode mais ignorar esse importante conteúdo que são as tecnologias da
comunicação e da informação, tanto como conteúdo escolar quanto como meios
educativos. É na escola que se pode fazer, professores e alunos juntos, a
leitura crítica das informações e familiarizá-los no uso das mídias e
multimídias. Pg. 34
No terceiro capítulo, se
detém mais profundamente na questão da qualidade de ensino, que deve suceder a
qualidade dos profissionais, ou seja, a necessidade de uma formação inicial e
continuada de qualidade. Em suma, esta formação deve basear-se no ensino como
atividade crítico-reflexiva, algo contínuo, que deve levar a constantes
melhoramentos e aperfeiçoamento da prática do ensino, bem como mecanismos de
interação entre os profissionais iniciantes aos demais, através de contato em
centros de pesquisas e estudos continuados. Para tanto, encerra propondo
algumas alternativas, dentre as principais estão: a valorização da profissão
(salário), a reorganização das práticas de formação e integração entre Centros
de Formação Inicial e Continuada, a cursos de Graduação, Licenciatura, Centros
de Apoio e Um Programa Especial de Formação Pedagógica e um pacto nacional pela
educação, à exemplo do México e outros países.
A reflexão que Libâneo
elaborou continua pertinente em nosso tempo. São questões difíceis, mas essenciais.
Como ele mesmo menciona, “não existe solução mágica”, mas cabe à sociedade, e
em particular aos educadores e gestores, um tratamento crítico e reflexivo
sobre o presente e futuro da nossa educação, e não só isso, um engajamento por
uma constante melhoria e contextualização da educação brasileira em prol de uma
sociedade mais justa, igualitária, de oportunidades a todos os cidadãos, o que
perpassa por uma educação de qualidade que leve o aluno a exercer a cidadania, à
emancipação e à reflexão crítica do seu contexto.